“Se não o encontraste, continua à procura. Não te resignes. Tal como acontece com as coisas do coração, saberás quando o tiveres encontrado. E como qualquer boa relação, será cada vez melhor com o passar dos anos”, Steve Jobs.
Em Dezembro, vivi várias aventuras e desafios dos quais pude tirar algumas lições, e uma delas veio de quem eu menos esperava, um jovem fisicamente debilitado devido ao consumo excessivo de álcool que o faz parecer ter mais idade e que, às oito da manhã de uma quinta-feira, “matabichava” com um prazer invejável um uísque empacotado.
Aos seus 36 anos, Victorino Daniel não alimenta grandes sonhos. Não pensa no futuro. Apenas vive um dia de cada vez, à grande, mas à sua maneira. Em conversa com um amigo, António Chivela, lançou uma frase que despertou a minha atenção, enquanto partilhávamos, os três, um banco do calçadão da Samba, de onde assistíamos ao engarrafamento, ao stress dos automobilistas, à aflição dos passageiros que aguardavam pelos táxis na paragem e ao corre-corre dos agentes da Polícia para ordenar o trânsito automóvel.
“Arranjar dinheiro? É só andar e ter coragem”, disse Victorino Daniel a “Tony”, quando este último lamentou a falta de trabalho. O “emprego” de ambos é fazer tudo que lhes apareça, revelaram, mas quase sempre se ocupam do transporte de mercadoria e de limpeza de espaços em mercados e da lavagem de viaturas. Curioso, guardei o telemóvel com que me distraía, enquanto aguardava pela chegada de pessoas com quem me tinha comprometido para um trabalho fotográfico, e intrometi-me na conversa, perguntando a Victorino o que é que queria dizer com “é só andar e ter coragem”. Com palavras simples e sábias, lembrou-me de algo em que sempre acreditei, e hoje que trabalho por conta própria, depois de sete anos a viver de um salário e de outras condições contratuais que me confortaram ao longo desse período, acredito mais ainda: nada nos será dado de bandeja. Devemos ir atrás, devemos acreditar e devemos lutar, mas com muita coragem. É claro que o salário e as condições contratuais confortantes também se conquistam, porém, quando estamos por nossa conta, ou andamos e com coragem, parafraseando o meu amigo Victorino, ou vivemos a mendigar.
“Andar e ter coragem”, para não fraquejarmos, ajustado ao dia-a-dia de um empreendedor, é perseguir o sonho, ajustar os projectos às necessidades do mercado, fazer marketing de si mesmo, das suas competências e do seus produtos, é reinventar-se, partilhar ideias e estar atento às ideias que são partilhadas e às lições que a vida e o mundo que nos rodeia nos ensinam, às vezes simpaticamente e silenciosamente, às vezes de modo turbulento, mas é preciso não deixarmos de “andar e ter coragem”...
“Se não o encontraste, continua à procura. Não te resignes. Tal como acontece com as coisas do coração, saberás quando o tiveres encontrado. E como qualquer boa relação, será cada vez melhor com o passar dos anos”, Steve Jobs.
Em Dezembro, vivi várias aventuras e desafios dos quais pude tirar algumas lições, e uma delas veio de quem eu menos esperava, um jovem fisicamente debilitado devido ao consumo excessivo de álcool que o faz parecer ter mais idade e que, às oito da manhã de uma quinta-feira, “matabichava” com um prazer invejável um uísque empacotado.
Aos seus 36 anos, Victorino Daniel não alimenta grandes sonhos. Não pensa no futuro. Apenas vive um dia de cada vez, à grande, mas à sua maneira. Em conversa com um amigo, António Chivela, lançou uma frase que despertou a minha atenção, enquanto partilhávamos, os três, um banco do calçadão da Samba, de onde assistíamos ao engarrafamento, ao stress dos automobilistas, à aflição dos passageiros que aguardavam pelos táxis na paragem e ao corre-corre dos agentes da Polícia para ordenar o trânsito automóvel.
“Arranjar dinheiro? É só andar e ter coragem”, disse Victorino Daniel a “Tony”, quando este último lamentou a falta de trabalho. O “emprego” de ambos é fazer tudo que lhes apareça, revelaram, mas quase sempre se ocupam do transporte de mercadoria e de limpeza de espaços em mercados e da lavagem de viaturas. Curioso, guardei o telemóvel com que me distraía, enquanto aguardava pela chegada de pessoas com quem me tinha comprometido para um trabalho fotográfico, e intrometi-me na conversa, perguntando a Victorino o que é que queria dizer com “é só andar e ter coragem”. Com palavras simples e sábias, lembrou-me de algo em que sempre acreditei, e hoje que trabalho por conta própria, depois de sete anos a viver de um salário e de outras condições contratuais que me confortaram ao longo desse período, acredito mais ainda: nada nos será dado de bandeja. Devemos ir atrás, devemos acreditar e devemos lutar, mas com muita coragem. É claro que o salário e as condições contratuais confortantes também se conquistam, porém, quando estamos por nossa conta, ou andamos e com coragem, parafraseando o meu amigo Victorino, ou vivemos a mendigar.
“Andar e ter coragem”, para não fraquejarmos, ajustado ao dia-a-dia de um empreendedor, é perseguir o sonho, ajustar os projectos às necessidades do mercado, fazer marketing de si mesmo, das suas competências e do seus produtos, é reinventar-se, partilhar ideias e estar atento às ideias que são partilhadas e às lições que a vida e o mundo que nos rodeia nos ensinam, às vezes simpaticamente e silenciosamente, às vezes de modo turbulento, mas é preciso não deixarmos de “andar e ter coragem”...