Entrevista

Alice da Cruz: da rádio ao estúdio, uma voz que busca equilíbrio e legado

Alice da Cruz: da rádio ao estúdio, uma voz que busca equilíbrio e legado
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Taça Cheia Podcast

Durante a sua participação no podcast Taça Cheia, conduzido pelo Jornalista Sebastião Vemba, Alice da Cruz revelou o momento em que começou a perceber o impacto real do seu trabalho na vida das pessoas. Hoje, muitos reconhecem-lhe o rosto, identificam a voz e associam-na tanto às marcas que comunica como aos espaços de rádio por onde passou. Ainda assim, admite que a sua rotina exige uma gestão “flexível”, marcada por esclarecimentos constantes sobre o que faz. Profissional da comunicação, com uma década de jornalismo, lidera atualmente o Cassete Estúdio, uma unidade da Geração 80.

Formada em Jornalismo no IMEL, na turma do jornalista Benedito Soares, iniciou o percurso na Rádio Nacional e na Rádio Escola, antes de assumir o primeiro emprego na Rádio Mais, em 2008. Foram dez anos de jornalismo radiofónico, artigos para portais e revistas e longas jornadas que sacrificaram momentos pessoais até reconhecer que precisava de qualidade de vida para continuar a comunicar. Descobriu na locução uma arte interpretativa e aperfeiçoou técnicas que lhe permitiram expandir a carreira. Em 2016 integrou a Geração 80 como assistente administrativa, onde desenvolveu o projeto que hoje dirige.

Entre os desafios atuais, Alice aponta a instabilidade financeira e a dificuldade de muitos clientes em planear. A chegada da inteligência artificial trouxe novas possibilidades, mas também pressões: conteúdos pré-produzidos, vozes artificiais estrangeiras e urgências constantes. Trabalhando com freelancers, defende um mínimo de 24 horas de antecedência e sublinha a necessidade de preços justos, alinhados com experiência, duração, meios de veiculação e tempo de campanha. Reforça igualmente a importância da gestão de propriedade intelectual para proteger clientes e fornecedores.

Comprometida com a formação de novos quadros, é voluntária na associação VPA, onde incentiva a leitura e a capacitação. Revela que muitos jovens pedem orientação e que existe uma lista de espera. Em 2022 enfrentou uma quebra emocional, mas recuperou com foco renovado na partilha de conhecimento.

Sobre a representatividade da voz feminina, afirma não ter sentido preconceito e prefere discutir o tema com base em dados. Entre as suas referências estão Maradalva, Carla Castro, Sílvia Samara, Paulo Costa, João Pinto e Miguel Manuel, profissionais que hoje tem o privilégio de acompanhar de perto.

Num tom descontraído, comparou a própria voz a um vinho Silk and Spice branco, “suave e fresco”. Confessou que está a terminar O Tímido e as Mulheres, de Pepetela, e que viajar é uma das formas prediletas de recuperar equilíbrio. Valoriza a ociosidade e o “poder do não”, critica o imediatismo e defende práticas de autocuidado como chave para a longevidade profissional.

A conversa terminou com um brinde simbólico ao próprio Taça Cheia, num gesto que sintetiza a autenticidade que procura manter tanto no microfone como na vida.

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Veloso de Almeida

Repórter

Veloso estudou Comunicação Social no Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA) e estagia como jornalista no portal ONgoma News.

Durante a sua participação no podcast Taça Cheia, conduzido pelo Jornalista Sebastião Vemba, Alice da Cruz revelou o momento em que começou a perceber o impacto real do seu trabalho na vida das pessoas. Hoje, muitos reconhecem-lhe o rosto, identificam a voz e associam-na tanto às marcas que comunica como aos espaços de rádio por onde passou. Ainda assim, admite que a sua rotina exige uma gestão “flexível”, marcada por esclarecimentos constantes sobre o que faz. Profissional da comunicação, com uma década de jornalismo, lidera atualmente o Cassete Estúdio, uma unidade da Geração 80.

Formada em Jornalismo no IMEL, na turma do jornalista Benedito Soares, iniciou o percurso na Rádio Nacional e na Rádio Escola, antes de assumir o primeiro emprego na Rádio Mais, em 2008. Foram dez anos de jornalismo radiofónico, artigos para portais e revistas e longas jornadas que sacrificaram momentos pessoais até reconhecer que precisava de qualidade de vida para continuar a comunicar. Descobriu na locução uma arte interpretativa e aperfeiçoou técnicas que lhe permitiram expandir a carreira. Em 2016 integrou a Geração 80 como assistente administrativa, onde desenvolveu o projeto que hoje dirige.

Entre os desafios atuais, Alice aponta a instabilidade financeira e a dificuldade de muitos clientes em planear. A chegada da inteligência artificial trouxe novas possibilidades, mas também pressões: conteúdos pré-produzidos, vozes artificiais estrangeiras e urgências constantes. Trabalhando com freelancers, defende um mínimo de 24 horas de antecedência e sublinha a necessidade de preços justos, alinhados com experiência, duração, meios de veiculação e tempo de campanha. Reforça igualmente a importância da gestão de propriedade intelectual para proteger clientes e fornecedores.

Comprometida com a formação de novos quadros, é voluntária na associação VPA, onde incentiva a leitura e a capacitação. Revela que muitos jovens pedem orientação e que existe uma lista de espera. Em 2022 enfrentou uma quebra emocional, mas recuperou com foco renovado na partilha de conhecimento.

Sobre a representatividade da voz feminina, afirma não ter sentido preconceito e prefere discutir o tema com base em dados. Entre as suas referências estão Maradalva, Carla Castro, Sílvia Samara, Paulo Costa, João Pinto e Miguel Manuel, profissionais que hoje tem o privilégio de acompanhar de perto.

Num tom descontraído, comparou a própria voz a um vinho Silk and Spice branco, “suave e fresco”. Confessou que está a terminar O Tímido e as Mulheres, de Pepetela, e que viajar é uma das formas prediletas de recuperar equilíbrio. Valoriza a ociosidade e o “poder do não”, critica o imediatismo e defende práticas de autocuidado como chave para a longevidade profissional.

A conversa terminou com um brinde simbólico ao próprio Taça Cheia, num gesto que sintetiza a autenticidade que procura manter tanto no microfone como na vida.

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