O artista plástico António Ole afirmou que, no cinema angolano, embora exista um ciclo de produção, ideias e confrontação com as pessoas que vão ver, sente essencialmente que, no ponto de vista da preservação dos “nossos filmes”, é muito pouco o que se tem feito e, no fundo, o que era preciso se fazer é tentar organizar os nossos arquivos de maneira a não se perder.
“O que está a se passar dramaticamente para mim é uma dor muito grande, porque os nossos filmes estão a desaparecer, por incúria e falta de interesse das nossas instituições de preservar os momentos fantásticos em que tivemos oportunidades de sair para a rua e filmar o país inteiro, registar emoções, uma coisa que fica para a história”, argumentou.
O também documentarista, que falava à imprensa a propósito da sua exposição “50 Anos – Passado, Presente e Futuro”, exposta desde o dia 26 de Abril na Galeria Banco Económico e que fica patente até 14 de Junho, acrescentou que uma parte dos nossos filmes estão a desaparecer, e é preciso que se preste um pouco de mais atenção em relação a esta riqueza imensa das películas produzidos na era pós-independência, “porque parece que é uma responsabilidade do Estado preservar estas imagens”.
Na maior parte das vezes, quando precisamos olhar para as nossas histórias, temos que ir pedir ao estrangeiro, aos países amigos, como a Cuba, que têm o arquivo de imagens das épocas turbulentas e muito importantes do país, lamentou António Ole, referindo que todo processo que cruzou a independência e o período pós-independência, em que o país teve que se erguer para caminhar de uma forma harmoniosa normal, 40 anos muito intensos, foi pontualmente registado.
“Hoje não estamos a encontrar uma reposta para fixar na história este nosso património, um património enorme”, sublinhou.
Entretanto, revelou que derivou “agora” para o cinema mas, no fundo, “entrar é uma coisa instintiva”. “No tempo do liceu, tive um professor apaixonado por cubismo e isso levou-me de certa forma a ter o gosto de começar a olhar para a arte como uma coisa essencial na vida das pessoas, e aos poucos fui entrando para o antigo Palácio do Comércio, hoje Ministério das Relações Exteriores, onde, de forma comprometida, fui exibindo os meus primeiros objectos de arte. Foi a descoberta das nossas tradições que tornou a coisa decisiva”, disse.
Nesse sentido, continuou, destaca-se o mergulho na cultura cokwe, pinturas nas paredes, desenhos na areia, “e é evidente que no tempo colonial era muito difícil ir para as Lundas. Era um país dentro de outro com a Polícia ao lado”.
Mas se lembra do “mais velho” António Jacinto, quem considera um grande amigo, que soube do seu interesse em ir para as Lundas e numas das suas viagens acabou por inclui-lo na delegação. “Foi a primeira vez que tomei contacto com obras-primas, algumas no Museu do Dundo, e a emoção foi grande”, manifestou.
Nesta exposição, que celebra meio século de carreira deste que é um dos maiores artistas contemporâneos de Angola, são apresentadas mais de 40 obras, entre pintura, desenho, instalação e fotografia, que pretendem constituir uma ponte de ligação entre o passado e o presente, numa narrativa visual que espelha o processo evolutivo de António Ole, ao longo do seu percurso.
O artista plástico António Ole afirmou que, no cinema angolano, embora exista um ciclo de produção, ideias e confrontação com as pessoas que vão ver, sente essencialmente que, no ponto de vista da preservação dos “nossos filmes”, é muito pouco o que se tem feito e, no fundo, o que era preciso se fazer é tentar organizar os nossos arquivos de maneira a não se perder.
“O que está a se passar dramaticamente para mim é uma dor muito grande, porque os nossos filmes estão a desaparecer, por incúria e falta de interesse das nossas instituições de preservar os momentos fantásticos em que tivemos oportunidades de sair para a rua e filmar o país inteiro, registar emoções, uma coisa que fica para a história”, argumentou.
O também documentarista, que falava à imprensa a propósito da sua exposição “50 Anos – Passado, Presente e Futuro”, exposta desde o dia 26 de Abril na Galeria Banco Económico e que fica patente até 14 de Junho, acrescentou que uma parte dos nossos filmes estão a desaparecer, e é preciso que se preste um pouco de mais atenção em relação a esta riqueza imensa das películas produzidos na era pós-independência, “porque parece que é uma responsabilidade do Estado preservar estas imagens”.
Na maior parte das vezes, quando precisamos olhar para as nossas histórias, temos que ir pedir ao estrangeiro, aos países amigos, como a Cuba, que têm o arquivo de imagens das épocas turbulentas e muito importantes do país, lamentou António Ole, referindo que todo processo que cruzou a independência e o período pós-independência, em que o país teve que se erguer para caminhar de uma forma harmoniosa normal, 40 anos muito intensos, foi pontualmente registado.
“Hoje não estamos a encontrar uma reposta para fixar na história este nosso património, um património enorme”, sublinhou.
Entretanto, revelou que derivou “agora” para o cinema mas, no fundo, “entrar é uma coisa instintiva”. “No tempo do liceu, tive um professor apaixonado por cubismo e isso levou-me de certa forma a ter o gosto de começar a olhar para a arte como uma coisa essencial na vida das pessoas, e aos poucos fui entrando para o antigo Palácio do Comércio, hoje Ministério das Relações Exteriores, onde, de forma comprometida, fui exibindo os meus primeiros objectos de arte. Foi a descoberta das nossas tradições que tornou a coisa decisiva”, disse.
Nesse sentido, continuou, destaca-se o mergulho na cultura cokwe, pinturas nas paredes, desenhos na areia, “e é evidente que no tempo colonial era muito difícil ir para as Lundas. Era um país dentro de outro com a Polícia ao lado”.
Mas se lembra do “mais velho” António Jacinto, quem considera um grande amigo, que soube do seu interesse em ir para as Lundas e numas das suas viagens acabou por inclui-lo na delegação. “Foi a primeira vez que tomei contacto com obras-primas, algumas no Museu do Dundo, e a emoção foi grande”, manifestou.
Nesta exposição, que celebra meio século de carreira deste que é um dos maiores artistas contemporâneos de Angola, são apresentadas mais de 40 obras, entre pintura, desenho, instalação e fotografia, que pretendem constituir uma ponte de ligação entre o passado e o presente, numa narrativa visual que espelha o processo evolutivo de António Ole, ao longo do seu percurso.