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Austrália inaugura centro cultural africano em Melbourne

Austrália inaugura centro cultural africano em Melbourne
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Um novo espaço dedicado à celebração da herança africana foi inaugurado nos subúrbios ocidentais da cidade de Melbourne. A biblioteca e também centro cultural Baai-Alkebulan abriu as portas ao público pela primeira vez no mês de Abril, com o objectivo de se tornar um ponto de encontro para os jovens afro-australianos.

A iniciativa é liderada por Magang Reech, de 30 anos, nascido no Sudão do Sul e criado nos subúrbios centrais da capital vitoriana. “Quando se vê o nosso próprio povo nas capas dos livros, a nossa abordagem muda”, afirmou Reech em entrevista à emissora pública australiana SBS News.

A inspiração para o projecto surgiu da frustração do fundador com a ausência de representatividade nos materiais escolares e nas bibliotecas tradicionais. “Apenas se engole o que está à frente até que, mais tarde, se saiba mais”, explicou.

Reech começou a sua missão reunindo uma pequena colecção pessoal de livros sobre culturas africanas e questões da diáspora. Ao emprestar esses livros a amigos e membros da comunidade, percebeu a procura por um acervo representativo. A biblioteca Baai-Alkebulan cresceu a partir dessa rede informal, tornando-se agora um centro com livros, exposições de arte e espaços para eventos comunitários.

Apesar dos obstáculos financeiros e emocionais, Reech persistiu no projecto como uma resposta directa às dificuldades enfrentadas na sua comunidade. “Muitos dos meus amigos com quem cresci faleceram, cometeram suicídio ou estão presos. Para mim, foi como se tivéssemos de fazer algo agora”, explicou.

O centro, que actualmente é financiado quase inteiramente por recursos do próprio Reech, tem como meta sustentar-se por meio do envolvimento comunitário. “Espero que tenhamos algo que continue pelo resto da minha vida e além”, destacou.

Especialistas afirmam que espaços como o Baai-Alkebulan têm um papel essencial no fortalecimento identitário e no bem-estar da juventude afrodescendente na Austrália. “Criam segurança para o nosso povo e desenvolvem a sensibilidade cultural”, declarou o defensor comunitário Mahamed Ahmed, também à SBS News.

Com programação educativa, artística e social, o centro procura unir gerações e reafirmar a pluralidade da experiência africana em solo australiano. Para os frequentadores, representa mais do que um espaço físico: é um símbolo de pertença e reconstrução cultural.

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Veloso de Almeida

Repórter

Veloso estudou Comunicação Social no Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA) e estagia como jornalista no portal ONgoma News.

Um novo espaço dedicado à celebração da herança africana foi inaugurado nos subúrbios ocidentais da cidade de Melbourne. A biblioteca e também centro cultural Baai-Alkebulan abriu as portas ao público pela primeira vez no mês de Abril, com o objectivo de se tornar um ponto de encontro para os jovens afro-australianos.

A iniciativa é liderada por Magang Reech, de 30 anos, nascido no Sudão do Sul e criado nos subúrbios centrais da capital vitoriana. “Quando se vê o nosso próprio povo nas capas dos livros, a nossa abordagem muda”, afirmou Reech em entrevista à emissora pública australiana SBS News.

A inspiração para o projecto surgiu da frustração do fundador com a ausência de representatividade nos materiais escolares e nas bibliotecas tradicionais. “Apenas se engole o que está à frente até que, mais tarde, se saiba mais”, explicou.

Reech começou a sua missão reunindo uma pequena colecção pessoal de livros sobre culturas africanas e questões da diáspora. Ao emprestar esses livros a amigos e membros da comunidade, percebeu a procura por um acervo representativo. A biblioteca Baai-Alkebulan cresceu a partir dessa rede informal, tornando-se agora um centro com livros, exposições de arte e espaços para eventos comunitários.

Apesar dos obstáculos financeiros e emocionais, Reech persistiu no projecto como uma resposta directa às dificuldades enfrentadas na sua comunidade. “Muitos dos meus amigos com quem cresci faleceram, cometeram suicídio ou estão presos. Para mim, foi como se tivéssemos de fazer algo agora”, explicou.

O centro, que actualmente é financiado quase inteiramente por recursos do próprio Reech, tem como meta sustentar-se por meio do envolvimento comunitário. “Espero que tenhamos algo que continue pelo resto da minha vida e além”, destacou.

Especialistas afirmam que espaços como o Baai-Alkebulan têm um papel essencial no fortalecimento identitário e no bem-estar da juventude afrodescendente na Austrália. “Criam segurança para o nosso povo e desenvolvem a sensibilidade cultural”, declarou o defensor comunitário Mahamed Ahmed, também à SBS News.

Com programação educativa, artística e social, o centro procura unir gerações e reafirmar a pluralidade da experiência africana em solo australiano. Para os frequentadores, representa mais do que um espaço físico: é um símbolo de pertença e reconstrução cultural.

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