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Especialistas alertam para crescimento silencioso da diabetes em Angola

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No mês em que se assinala o Dia Mundial da Diabetes, mais de uma centena de profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, juntaram-se em Luanda para debater o avanço da doença no país e as estratégias de prevenção. As I Jornadas de Diabetes decorreram a 22 de Novembro e colocaram no centro da discussão os desafios clínicos, sociais e comportamentais que marcam a realidade angolana.

A diabetes, frequentemente descrita como uma “epidemia silenciosa”, tem registado um crescimento consistente tanto a nível global como nacional. Embora os dados estatísticos internos continuem escassos, estimativas internacionais apontam para uma prevalência entre 5% e 10% da população adulta, o que poderá representar centenas de milhares de angolanos a viver com a doença, muitos sem diagnóstico.

Segundo os especialistas reunidos no encontro, o aumento da esperança de vida, a urbanização acelerada, o sedentarismo e as mudanças alimentares são factores que têm contribuído para o avanço da diabetes tipo 2 no país. A progressão da obesidade, sobretudo entre mulheres adultas, surge igualmente associada ao aumento dos casos.

Os profissionais de saúde destacaram ainda que a doença tem vindo a surgir em idades cada vez mais baixas, fenómeno que consideram preocupante. A ausência de rastreios regulares faz com que muitos casos só sejam identificados quando já existem complicações instaladas, como problemas renais, alterações da visão, neuropatias ou doenças cardiovasculares.

Entre os factores de risco para a diabetes tipo 2 foram apontados o excesso de peso, particularmente a gordura abdominal, a inactividade física, a história familiar, a idade superior a 45 anos, a hipertensão arterial, as alterações do colesterol e triglicéridos, a diabetes gestacional e padrões alimentares marcados por açúcares simples, farinhas refinadas e produtos ultra-processados.

Os participantes defenderam que, num contexto de forte urbanização e crescente acesso a alimentos industrializados, a prevenção deve ganhar prioridade nacional. O diagnóstico precoce foi apontado como ponto crítico para travar a progressão da doença e reduzir complicações graves.

A saúde mental das pessoas com diabetes foi outro tema central do debate. Os especialistas sublinharam que a gestão diária da doença marcada por medições constantes, medicação e restrições alimentares, pode originar ansiedade, depressão e exaustão emocional, influenciando negativamente o controlo glicémico. Apoio psicológico, educação terapêutica e um acompanhamento mais próximo foram defendidos como elementos essenciais para melhorar a adesão ao tratamento.

O encontro abordou ainda os avanços clínicos e científicos recentes, que incluem novas opções terapêuticas e abordagens mais personalizadas, consideradas pelos profissionais como oportunidades para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos doentes.

As jornadas foram organizadas em três painéis: uma panorâmica sobre a situação actual da diabetes, um debate sobre intervenções essenciais e novas terapêuticas, e uma discussão dedicada às complicações crónicas e à importância do seu diagnóstico e tratamento precoce.

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Veloso de Almeida

Repórter

Veloso estudou Comunicação Social no Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA) e estagia como jornalista no portal ONgoma News.

No mês em que se assinala o Dia Mundial da Diabetes, mais de uma centena de profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, juntaram-se em Luanda para debater o avanço da doença no país e as estratégias de prevenção. As I Jornadas de Diabetes decorreram a 22 de Novembro e colocaram no centro da discussão os desafios clínicos, sociais e comportamentais que marcam a realidade angolana.

A diabetes, frequentemente descrita como uma “epidemia silenciosa”, tem registado um crescimento consistente tanto a nível global como nacional. Embora os dados estatísticos internos continuem escassos, estimativas internacionais apontam para uma prevalência entre 5% e 10% da população adulta, o que poderá representar centenas de milhares de angolanos a viver com a doença, muitos sem diagnóstico.

Segundo os especialistas reunidos no encontro, o aumento da esperança de vida, a urbanização acelerada, o sedentarismo e as mudanças alimentares são factores que têm contribuído para o avanço da diabetes tipo 2 no país. A progressão da obesidade, sobretudo entre mulheres adultas, surge igualmente associada ao aumento dos casos.

Os profissionais de saúde destacaram ainda que a doença tem vindo a surgir em idades cada vez mais baixas, fenómeno que consideram preocupante. A ausência de rastreios regulares faz com que muitos casos só sejam identificados quando já existem complicações instaladas, como problemas renais, alterações da visão, neuropatias ou doenças cardiovasculares.

Entre os factores de risco para a diabetes tipo 2 foram apontados o excesso de peso, particularmente a gordura abdominal, a inactividade física, a história familiar, a idade superior a 45 anos, a hipertensão arterial, as alterações do colesterol e triglicéridos, a diabetes gestacional e padrões alimentares marcados por açúcares simples, farinhas refinadas e produtos ultra-processados.

Os participantes defenderam que, num contexto de forte urbanização e crescente acesso a alimentos industrializados, a prevenção deve ganhar prioridade nacional. O diagnóstico precoce foi apontado como ponto crítico para travar a progressão da doença e reduzir complicações graves.

A saúde mental das pessoas com diabetes foi outro tema central do debate. Os especialistas sublinharam que a gestão diária da doença marcada por medições constantes, medicação e restrições alimentares, pode originar ansiedade, depressão e exaustão emocional, influenciando negativamente o controlo glicémico. Apoio psicológico, educação terapêutica e um acompanhamento mais próximo foram defendidos como elementos essenciais para melhorar a adesão ao tratamento.

O encontro abordou ainda os avanços clínicos e científicos recentes, que incluem novas opções terapêuticas e abordagens mais personalizadas, consideradas pelos profissionais como oportunidades para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida dos doentes.

As jornadas foram organizadas em três painéis: uma panorâmica sobre a situação actual da diabetes, um debate sobre intervenções essenciais e novas terapêuticas, e uma discussão dedicada às complicações crónicas e à importância do seu diagnóstico e tratamento precoce.

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