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Gattuso: “Se não fossem tantas selecções africanas, a Itália não estaria nesta situação”

Gattuso: “Se não fossem tantas selecções africanas, a Itália não estaria nesta situação”
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O seleccionador de Itália, Gennaro Gattuso, não conteve a frustração após a vitória por 2-0 frente à Moldávia e lançou críticas directas à FIFA, contestando o actual modelo de qualificação para o Mundial de 2026. Para o técnico italiano, as mudanças introduzidas ao longo dos últimos anos criaram um sistema “pouco equilibrado”, sobretudo devido ao aumento de vagas atribuídas a outros continentes, como a África.

“No meu tempo, o melhor segundo classificado seguia directamente para o Mundial”, lamentou Gattuso, recordando que, em 1990 e 1994, apenas duas selecções africanas estavam presentes na fase final, número que hoje subiu para nove. “Não é uma polémica, mas cria dificuldades que conhecemos demasiado bem”, afirmou, num aviso que rapidamente ecoou além das fronteiras europeias.

O treinador mostrou-se igualmente desagradado com o ambiente vivido em Chisinau, onde parte dos adeptos italianos entoou cânticos como “vão trabalhar”. “É uma vergonha. Entristece-me. Esta equipa luta, sofre, tenta. Não merece isto”, desabafou, apesar de sublinhar o mérito de um grupo que, pela primeira vez, alcançou seis vitórias numa fase de qualificação.

Mas o discurso de Gattuso acabaria engolido pela realidade poucas horas depois. No San Siro, a Itália precisava de um feito praticamente impossível: superar a Noruega por nove golos de diferença. Em vez disso, saiu goleada por 4-1, com Haaland a apontar dois dos golos que confirmaram o desfecho inevitável. A Noruega terminou o grupo como líder, com 24 pontos, garantindo o regresso ao Mundial após 28 anos de ausência.

A Itália, segunda classificada com 18 pontos, volta assim a cair para a repescagem, o mesmo labirinto onde se perdeu em 2018 e 2022. Um novo capítulo de inquietação para um gigante que, outrora dominante, se vê agora obrigado a lutar pela sobrevivência em caminhos cada vez mais estreitos.

Gattuso pede mudanças. O campo falou primeiro. Agora, resta à Azzurra tentar não repetir a história.

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Veloso de Almeida

Repórter

Veloso estudou Comunicação Social no Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA) e estagia como jornalista no portal ONgoma News.

O seleccionador de Itália, Gennaro Gattuso, não conteve a frustração após a vitória por 2-0 frente à Moldávia e lançou críticas directas à FIFA, contestando o actual modelo de qualificação para o Mundial de 2026. Para o técnico italiano, as mudanças introduzidas ao longo dos últimos anos criaram um sistema “pouco equilibrado”, sobretudo devido ao aumento de vagas atribuídas a outros continentes, como a África.

“No meu tempo, o melhor segundo classificado seguia directamente para o Mundial”, lamentou Gattuso, recordando que, em 1990 e 1994, apenas duas selecções africanas estavam presentes na fase final, número que hoje subiu para nove. “Não é uma polémica, mas cria dificuldades que conhecemos demasiado bem”, afirmou, num aviso que rapidamente ecoou além das fronteiras europeias.

O treinador mostrou-se igualmente desagradado com o ambiente vivido em Chisinau, onde parte dos adeptos italianos entoou cânticos como “vão trabalhar”. “É uma vergonha. Entristece-me. Esta equipa luta, sofre, tenta. Não merece isto”, desabafou, apesar de sublinhar o mérito de um grupo que, pela primeira vez, alcançou seis vitórias numa fase de qualificação.

Mas o discurso de Gattuso acabaria engolido pela realidade poucas horas depois. No San Siro, a Itália precisava de um feito praticamente impossível: superar a Noruega por nove golos de diferença. Em vez disso, saiu goleada por 4-1, com Haaland a apontar dois dos golos que confirmaram o desfecho inevitável. A Noruega terminou o grupo como líder, com 24 pontos, garantindo o regresso ao Mundial após 28 anos de ausência.

A Itália, segunda classificada com 18 pontos, volta assim a cair para a repescagem, o mesmo labirinto onde se perdeu em 2018 e 2022. Um novo capítulo de inquietação para um gigante que, outrora dominante, se vê agora obrigado a lutar pela sobrevivência em caminhos cada vez mais estreitos.

Gattuso pede mudanças. O campo falou primeiro. Agora, resta à Azzurra tentar não repetir a história.

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