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Sarissari: Entre a música, os negócios e a arte de se reinventar

Sarissari: Entre a música, os negócios e a arte de se reinventar
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Taça Cheia Podcast

Conhecido pelas letras marcantes no rap angolano e pela sua frontalidade, Sarissari, artista e empresário, foi o mais recente convidado do podcast “Taça Cheia”, conduzido pelo jornalista Sebastião Vemba. Na conversa, Sarissari abriu o jogo sobre a sua dualidade entre o mundo dos negócios e a paixão pela música, revelando detalhes da sua jornada que o consolidaram como uma figura multifacetada em Angola.

O cantor descreveu a sua experiência como gerente do próprio restaurante, o “Costelão”, onde a sua presença se tornou um diferencial. “Muitas vezes, o meu cliente acaba por ser o meu seguidor, ou meu fã, ou meu inimigo”, partilhou o artista. Ele recorda situações em que a sua intervenção directa transformou críticos em clientes fiéis.

“Tive pessoas que, no início, vinham aqui como opositores e reclamavam de tudo. Mas, connosco, era tudo tranquilo, mais ameno. Então, tive de dar as caras, para que os meninos que trabalham connosco vissem, melhorassem, para que os nossos clientes se sentissem acolhidos, quando fosse um Sarissari a limpar a mesa para eles se sentarem. Porque, no nosso país, quanto mais famoso tu te tornares, mais ‘não me toques’ tu tens”, explicou, destacando a importância da humildade e do bom atendimento.

Ainda durante o podcast, Sarissari abordou a sua saída da Sonangol, onde trabalhou por cinco anos no sector petrolífero. Apesar da grandiosidade da empresa, a falta de propósito pessoal pesou na sua decisão. “Em termos de estrutura, é uma estrutura gigantesca, mas eu não me sentia útil dentro da estrutura”, confessou.

A conciliação entre a carreira na petrolífera e o mundo artístico era, muitas vezes, uma questão estratégica. Sarissari revelou que o que ganhava na Sonangol era equivalente ao que recebia como cantor. “O cachê mais alto que já recebi foi, tipo, cinco milhões de kwanzas num show grande. Havia momentos em que eu e o Choboli saíamos no final de semana e era, tipo, o dobro do salário. Mas eu teria de sair do trabalho numa sexta-feira, ia fazer o meu show e apanhava falta. Esta era a balança”, recordou, ilustrando os sacrifícios da sua paixão pela música.

Apesar dos desafios, a música continua a ser uma parte intrínseca da vida do empresário. “Eu respiro música”, declarou. Como artista independente, Sarissari admite que a sua ausência em programas de televisão e eventos pode ser notada, mas justifica-a pela sua postura. “Felizmente, eu tenho sempre uma opinião a dar, um ponto de vista alternativo, e talvez por isso sinta que, depois do lançamento da música ‘Mwangolé’, determinadas portas se foram fechando. Mas é natural e normal, porque nem todos têm a tendência de dizer ‘não quero isso’”, reflectiu, mostrando a sua resiliência face às adversidades do mercado.

A conversa no “Taça Cheia” também trouxe à tona uma paixão mais recente de Sarissari: o vinho. Após a sua saída da Sonangol, o artista trabalhou na KPMA, uma empresa importadora de vinhos portugueses do Douro e do Alentejo. “Foi aí que, entre aspas, comecei a gostar de vinho e passei a fornecer vinhos para restaurantes”, revelou, mostrando mais uma faceta do seu espírito empreendedor e a sua capacidade de se reinventar.

A história de Sarissari é um testemunho de como a paixão, a visão estratégica e a capacidade de adaptação podem levar ao sucesso em diferentes esferas, consolidando-o como uma referência no panorama cultural e empresarial angolano.

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Luciana Paciência

Conhecido pelas letras marcantes no rap angolano e pela sua frontalidade, Sarissari, artista e empresário, foi o mais recente convidado do podcast “Taça Cheia”, conduzido pelo jornalista Sebastião Vemba. Na conversa, Sarissari abriu o jogo sobre a sua dualidade entre o mundo dos negócios e a paixão pela música, revelando detalhes da sua jornada que o consolidaram como uma figura multifacetada em Angola.

O cantor descreveu a sua experiência como gerente do próprio restaurante, o “Costelão”, onde a sua presença se tornou um diferencial. “Muitas vezes, o meu cliente acaba por ser o meu seguidor, ou meu fã, ou meu inimigo”, partilhou o artista. Ele recorda situações em que a sua intervenção directa transformou críticos em clientes fiéis.

“Tive pessoas que, no início, vinham aqui como opositores e reclamavam de tudo. Mas, connosco, era tudo tranquilo, mais ameno. Então, tive de dar as caras, para que os meninos que trabalham connosco vissem, melhorassem, para que os nossos clientes se sentissem acolhidos, quando fosse um Sarissari a limpar a mesa para eles se sentarem. Porque, no nosso país, quanto mais famoso tu te tornares, mais ‘não me toques’ tu tens”, explicou, destacando a importância da humildade e do bom atendimento.

Ainda durante o podcast, Sarissari abordou a sua saída da Sonangol, onde trabalhou por cinco anos no sector petrolífero. Apesar da grandiosidade da empresa, a falta de propósito pessoal pesou na sua decisão. “Em termos de estrutura, é uma estrutura gigantesca, mas eu não me sentia útil dentro da estrutura”, confessou.

A conciliação entre a carreira na petrolífera e o mundo artístico era, muitas vezes, uma questão estratégica. Sarissari revelou que o que ganhava na Sonangol era equivalente ao que recebia como cantor. “O cachê mais alto que já recebi foi, tipo, cinco milhões de kwanzas num show grande. Havia momentos em que eu e o Choboli saíamos no final de semana e era, tipo, o dobro do salário. Mas eu teria de sair do trabalho numa sexta-feira, ia fazer o meu show e apanhava falta. Esta era a balança”, recordou, ilustrando os sacrifícios da sua paixão pela música.

Apesar dos desafios, a música continua a ser uma parte intrínseca da vida do empresário. “Eu respiro música”, declarou. Como artista independente, Sarissari admite que a sua ausência em programas de televisão e eventos pode ser notada, mas justifica-a pela sua postura. “Felizmente, eu tenho sempre uma opinião a dar, um ponto de vista alternativo, e talvez por isso sinta que, depois do lançamento da música ‘Mwangolé’, determinadas portas se foram fechando. Mas é natural e normal, porque nem todos têm a tendência de dizer ‘não quero isso’”, reflectiu, mostrando a sua resiliência face às adversidades do mercado.

A conversa no “Taça Cheia” também trouxe à tona uma paixão mais recente de Sarissari: o vinho. Após a sua saída da Sonangol, o artista trabalhou na KPMA, uma empresa importadora de vinhos portugueses do Douro e do Alentejo. “Foi aí que, entre aspas, comecei a gostar de vinho e passei a fornecer vinhos para restaurantes”, revelou, mostrando mais uma faceta do seu espírito empreendedor e a sua capacidade de se reinventar.

A história de Sarissari é um testemunho de como a paixão, a visão estratégica e a capacidade de adaptação podem levar ao sucesso em diferentes esferas, consolidando-o como uma referência no panorama cultural e empresarial angolano.

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