Um total de 48 concorrentes disputaram os primeiros lugares na 3ª edição do Concurso Nacional de Criação de Jogos Digitais, decorrido no pátio da Universidade Óscar Ribas, esta sexta-feira última, uma iniciativa da Universidade Metodista de Angola, em colaboração com o Centro Tecnológico de Angola e a Universidade Agostinho Neto.
De acordo com Hugo Dias dos Santos, membro da organização, na primeira edição, que aconteceu na Universidade Metodista, onde é docente de Rede de Computadores, houve mais participação da própria universidade, ao passo que a segunda edição, com lugar no Centro Tecnológico Nacional, lembrou, já contou com a participação de alguns institutos médios e superiores, como o ISUTIC, ISPITEC e a própria Universidade Agostinho Neto, tendo sido brindado entretanto o Instituto Médio Alda Lara também com algumas premiações.
“Desta vez, conseguimos trazer concorrentes inicialmente das províncias do Cuanza - Norte e Bengo, onde se realizou também uma antecâmara. Com esta iniciativa, contamos para a próxima edição fazer uma antecâmara a nível de muito mais províncias e percorrer o concurso pelo país inteiro”, disse, em entrevista ao ONgoma News.
O ainda professor de Administração de Base de Dados informou que, em relação ao ano passado, com 37 inscrições, este ano, foram 48 concorrentes, dos quais 8 individuais e 40 grupos de três elementos, a disputar os primeiros lugares, nas categorias de Inovação, Melhor Protótipo e Ideia de jogo.
“Vence a Inovação aqueles que apresentam um diferencial em relação aos jogos já presentes no mercado, mas devem trazer um produto feito. Concorrem para Protótipo os projectos que focalizam-se mais em jogos já feitos, mas adaptados à nossa realidade. Julgam-se aqueles que produzem melhor desenvolvimento”, explicou, continuando que, para Ideia, concorrem os jogos que os grupos não conseguiram produzir, e então documentam como seriam os projectos.
Hugo Dias dos Santos realçou que esta edição teve como factor educação, incumbido a todos os jogadores. “Ou seja, os jogos apresentados tinham que trazer um carácter académico para a sociedade, sobretudo a moral, porque os jogos ultimamente tendem a ser muito agressivos”, clareou.
Por outro lado, revelou que a Universidade Metodista de Angola, além de participante, passou como patrocinadora do evento, assim como há mais empresas a apoiar o projecto, reconhecendo que o mercado dos jogos pode arrecadar bilhões.
No entanto, Jaqueline da Costa, estudante de Engenharia Informática da Universidade Metodista de Angola, com o jogo “Jack´s Moon”, que tem como fim auxiliar o ensino infantil, ilustrando imagens para as crianças escreverem correctamente, foi a vencedora da categoria Ideia.
Segundo a vencedora, no jogo, a dificuldade aumenta à medida que se vai passando de níveis. “É didáctico, virado à Língua Portuguesa, para as crianças escrevem saberem que o que ouvem nem sempre é o que escrevem”, reforçou a estudante, que se mostrou muito feliz pela primeira posição, pois não contava, nunca participou em nenhum concurso do género, mas tinha certeza de que iria ganhar.
“Em Angola, nós precisamos de mudar as mentes das crianças, principalmente nesta era da globalização. É um jogo, é divertido, mas a criança aprende sem perceber, é uma plataforma que pode ser implementada nas escolas, e pode servir para os mais velhos, sabendo que podem ter dificuldades em escrever alguma coisa, podendo muito bem ser jogado em família”, partilhou.
No terceiro lugar, da mesma categoria, ficou o grupo Eco Players, da Escola Superior Pedagógica do Cuanza – Norte, com o jogo “SOS” (Save Ourserlves), ligado à saúde pública, que visa promover a prevenção e tratamento de algumas patologias que assolam o nosso país. É composto por perguntas e respostas e desafios temporais, e um último nível, Bloco Operatório, que testa as capacidades psicomotoras dos jogadores, em curto espaço de tempo, de acordo com o porta-voz do grupo, Euclides Dala, que apesar de frequentar o curso de Linguística Inglesa, é amante das tecnologias de informação e desenvolve conhecimentos de programação.
“Palavras serão insuficientes para descrever a sensação de ter ganho um prémio daqui, porque na verdade tudo começou como um sonho. Fomos seleccionados para fazer uma formação de uma semana de criação de jogos, daí ganhamos a categoria Ideia a nível provincial e viemos então concorrer a nível nacional e não esperávamos, porque reconhecemos o potencial dos outros concorrentes e participar era-nos já suficiente. Com o prémio arrecadado, a emoção é ainda maior e a vontade de continuar certamente não morre”, manifestou.
Hilquias Chitazo, estudante da UAN, do Curso de Computação e representante do grupo vencedor do primeiro lugar da categoria Inovação, com o jogo “Mamã Mandou”, contou que a ideia surgiu da riqueza cultural de Angola, relembrando que actualmente “os jogos digitais focam-se apenas em ilustrar as outras culturas e esquecem-se dos jogos primitivos da nação angolana”.
“Buscamos as brincadeiras de infância e o que nos surgiu na mente foi este jogo. Pegamos nessa ideia e implementamos e deu sucesso. 1º lugar de Inovação, não existem palavras para descrever esse momento, agradecemos a todos que cooperaram e ajudaram e esperamos ganhar novamente”, expressou.
Alberto Bunga, por sua vez, estudante de Informática do Instituto Politécnico do Bengo, membro do grupo que conquistou a segunda posição da mesma categoria, revelou ter sido a participação do concurso a nível nacional. Com o projecto que tem como objectivo resgatar alguém e lavar a paz a uma aldeia, de nome “Bounce Evolution” ou “Bounce Cucula”, esta última palavra que significa “evolução” em kimbundu, o trio Size Studio prometeu lutar para alcançar o primeiro lugar na próxima edição.
O prémio do primeiro lugar de Protótipo foi para o grupo Ovi Conection, da Universidade Metodista de Angola, com “Kyami e Yokana”, um jogo 3D, cujos personagens “foram inspirados na nossa cultura”. Passa-se numa terra fictícia, em que Kyami é o guardião da princesa Umbi-Umbi, que vai ter que protegê-la e salvá-la dos vilões.
“A modelagem dos personagens e a mecânica do mesmo jogo foi feita por nós”, frisou Márcio De Jesus, porta-voz do grupo, que exprimiu que é um sentimento bom ter ganho o lugar.
“Quando trabalhamos, levamos tempo a fazer um determinado projecto e este ganho demonstra que o nosso esforço não foi em vão”, disse.
Dentre os prémios, todos os primeiros lugares receberam um computador dado pela NCR, a publicação dos jogos na AppStore, “uma formação dada pela Indispensável para falar em público e aprenderem a expor no mercado aquilo que fazem”, uma formação de mentoria dada pela BUCA, que actua também na formação de jogos, para os primeiros e segundos lugares, sendo então que todos receberam brindes da Unitel.
Finalmente, Kevin Chantre, programador e um dos júris, considerou que o mercado de jogos está cada vez melhor, há cada vez mais pessoas envolvidas e interessadas a fazer crescer este mercado, e acredita que o próximo será melhor e o que quer é que as pessoas continuem a apostar naquilo que gostam de fazer.
“Este ano, houve uma grande evolução em termos de empresas que apoiaram e pessoas que participaram, por isso, que o país esteja cada vez melhor em termos de tecnologia e ideologia, e que no fundo seja um país melhor para se viver”, concluiu.
Um total de 48 concorrentes disputaram os primeiros lugares na 3ª edição do Concurso Nacional de Criação de Jogos Digitais, decorrido no pátio da Universidade Óscar Ribas, esta sexta-feira última, uma iniciativa da Universidade Metodista de Angola, em colaboração com o Centro Tecnológico de Angola e a Universidade Agostinho Neto.
De acordo com Hugo Dias dos Santos, membro da organização, na primeira edição, que aconteceu na Universidade Metodista, onde é docente de Rede de Computadores, houve mais participação da própria universidade, ao passo que a segunda edição, com lugar no Centro Tecnológico Nacional, lembrou, já contou com a participação de alguns institutos médios e superiores, como o ISUTIC, ISPITEC e a própria Universidade Agostinho Neto, tendo sido brindado entretanto o Instituto Médio Alda Lara também com algumas premiações.
“Desta vez, conseguimos trazer concorrentes inicialmente das províncias do Cuanza - Norte e Bengo, onde se realizou também uma antecâmara. Com esta iniciativa, contamos para a próxima edição fazer uma antecâmara a nível de muito mais províncias e percorrer o concurso pelo país inteiro”, disse, em entrevista ao ONgoma News.
O ainda professor de Administração de Base de Dados informou que, em relação ao ano passado, com 37 inscrições, este ano, foram 48 concorrentes, dos quais 8 individuais e 40 grupos de três elementos, a disputar os primeiros lugares, nas categorias de Inovação, Melhor Protótipo e Ideia de jogo.
“Vence a Inovação aqueles que apresentam um diferencial em relação aos jogos já presentes no mercado, mas devem trazer um produto feito. Concorrem para Protótipo os projectos que focalizam-se mais em jogos já feitos, mas adaptados à nossa realidade. Julgam-se aqueles que produzem melhor desenvolvimento”, explicou, continuando que, para Ideia, concorrem os jogos que os grupos não conseguiram produzir, e então documentam como seriam os projectos.
Hugo Dias dos Santos realçou que esta edição teve como factor educação, incumbido a todos os jogadores. “Ou seja, os jogos apresentados tinham que trazer um carácter académico para a sociedade, sobretudo a moral, porque os jogos ultimamente tendem a ser muito agressivos”, clareou.
Por outro lado, revelou que a Universidade Metodista de Angola, além de participante, passou como patrocinadora do evento, assim como há mais empresas a apoiar o projecto, reconhecendo que o mercado dos jogos pode arrecadar bilhões.
No entanto, Jaqueline da Costa, estudante de Engenharia Informática da Universidade Metodista de Angola, com o jogo “Jack´s Moon”, que tem como fim auxiliar o ensino infantil, ilustrando imagens para as crianças escreverem correctamente, foi a vencedora da categoria Ideia.
Segundo a vencedora, no jogo, a dificuldade aumenta à medida que se vai passando de níveis. “É didáctico, virado à Língua Portuguesa, para as crianças escrevem saberem que o que ouvem nem sempre é o que escrevem”, reforçou a estudante, que se mostrou muito feliz pela primeira posição, pois não contava, nunca participou em nenhum concurso do género, mas tinha certeza de que iria ganhar.
“Em Angola, nós precisamos de mudar as mentes das crianças, principalmente nesta era da globalização. É um jogo, é divertido, mas a criança aprende sem perceber, é uma plataforma que pode ser implementada nas escolas, e pode servir para os mais velhos, sabendo que podem ter dificuldades em escrever alguma coisa, podendo muito bem ser jogado em família”, partilhou.
No terceiro lugar, da mesma categoria, ficou o grupo Eco Players, da Escola Superior Pedagógica do Cuanza – Norte, com o jogo “SOS” (Save Ourserlves), ligado à saúde pública, que visa promover a prevenção e tratamento de algumas patologias que assolam o nosso país. É composto por perguntas e respostas e desafios temporais, e um último nível, Bloco Operatório, que testa as capacidades psicomotoras dos jogadores, em curto espaço de tempo, de acordo com o porta-voz do grupo, Euclides Dala, que apesar de frequentar o curso de Linguística Inglesa, é amante das tecnologias de informação e desenvolve conhecimentos de programação.
“Palavras serão insuficientes para descrever a sensação de ter ganho um prémio daqui, porque na verdade tudo começou como um sonho. Fomos seleccionados para fazer uma formação de uma semana de criação de jogos, daí ganhamos a categoria Ideia a nível provincial e viemos então concorrer a nível nacional e não esperávamos, porque reconhecemos o potencial dos outros concorrentes e participar era-nos já suficiente. Com o prémio arrecadado, a emoção é ainda maior e a vontade de continuar certamente não morre”, manifestou.
Hilquias Chitazo, estudante da UAN, do Curso de Computação e representante do grupo vencedor do primeiro lugar da categoria Inovação, com o jogo “Mamã Mandou”, contou que a ideia surgiu da riqueza cultural de Angola, relembrando que actualmente “os jogos digitais focam-se apenas em ilustrar as outras culturas e esquecem-se dos jogos primitivos da nação angolana”.
“Buscamos as brincadeiras de infância e o que nos surgiu na mente foi este jogo. Pegamos nessa ideia e implementamos e deu sucesso. 1º lugar de Inovação, não existem palavras para descrever esse momento, agradecemos a todos que cooperaram e ajudaram e esperamos ganhar novamente”, expressou.
Alberto Bunga, por sua vez, estudante de Informática do Instituto Politécnico do Bengo, membro do grupo que conquistou a segunda posição da mesma categoria, revelou ter sido a participação do concurso a nível nacional. Com o projecto que tem como objectivo resgatar alguém e lavar a paz a uma aldeia, de nome “Bounce Evolution” ou “Bounce Cucula”, esta última palavra que significa “evolução” em kimbundu, o trio Size Studio prometeu lutar para alcançar o primeiro lugar na próxima edição.
O prémio do primeiro lugar de Protótipo foi para o grupo Ovi Conection, da Universidade Metodista de Angola, com “Kyami e Yokana”, um jogo 3D, cujos personagens “foram inspirados na nossa cultura”. Passa-se numa terra fictícia, em que Kyami é o guardião da princesa Umbi-Umbi, que vai ter que protegê-la e salvá-la dos vilões.
“A modelagem dos personagens e a mecânica do mesmo jogo foi feita por nós”, frisou Márcio De Jesus, porta-voz do grupo, que exprimiu que é um sentimento bom ter ganho o lugar.
“Quando trabalhamos, levamos tempo a fazer um determinado projecto e este ganho demonstra que o nosso esforço não foi em vão”, disse.
Dentre os prémios, todos os primeiros lugares receberam um computador dado pela NCR, a publicação dos jogos na AppStore, “uma formação dada pela Indispensável para falar em público e aprenderem a expor no mercado aquilo que fazem”, uma formação de mentoria dada pela BUCA, que actua também na formação de jogos, para os primeiros e segundos lugares, sendo então que todos receberam brindes da Unitel.
Finalmente, Kevin Chantre, programador e um dos júris, considerou que o mercado de jogos está cada vez melhor, há cada vez mais pessoas envolvidas e interessadas a fazer crescer este mercado, e acredita que o próximo será melhor e o que quer é que as pessoas continuem a apostar naquilo que gostam de fazer.
“Este ano, houve uma grande evolução em termos de empresas que apoiaram e pessoas que participaram, por isso, que o país esteja cada vez melhor em termos de tecnologia e ideologia, e que no fundo seja um país melhor para se viver”, concluiu.