A obesidade ultrapassou a desnutrição como a forma mais comum de má nutrição entre crianças e adolescentes em idade escolar, afetando 1 em cada 10 ou 188 milhões em todo o mundo. O alerta consta do Relatório sobre Nutrição Infantil 2025, pelo UNICEF.
Segundo o documento, baseado em dados de mais de 190 países, a prevalência de desnutrição entre crianças dos 5 aos 19 anos caiu de 13% em 2000 para 9,2% em 2022, enquanto a obesidade triplicou, subindo de 3% para 9,4%. A obesidade é hoje mais frequente do que a desnutrição em todas as regiões, com exceção da África Subsaariana e do Sul da Ásia.
Situação mundial
Os países das Ilhas do Pacífico registam os níveis mais elevados: em Niue, 38% dos jovens entre os 5 e os 19 anos vivem com obesidade; nas Ilhas Cook, 37%; e em Nauru, 33%. Em nações de alta renda, os números também preocupam: no Chile, 27% das crianças e adolescentes são obesos; nos Estados Unidos e nos Emirados Árabes Unidos, a taxa chega a 21%.
A situação em Angola
Enquanto o UNICEF alerta que a obesidade ultrapassou a desnutrição como a forma mais comum de má nutrição em crianças e adolescentes no mundo, a realidade angolana mantém-se distinta: a desnutrição crónica continua a ser o maior desafio nutricional no país.
Segundo o Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) 2023-2024, cerca de 40% das crianças menores de 5 anos em Angola sofrem de desnutrição crónica, um aumento em relação aos 38% registados em 2015-2016. Nas zonas rurais, o problema atinge mais de metade das crianças (51%), enquanto nas áreas urbanas afeta 31%.
As províncias mais afetadas são Bié (56%), Cuanza Sul (53%), Uíje (48%), Huambo e Huíla (47%) e Cuanza Norte e Malanje (47%). Luanda apresenta a taxa mais baixa, com 24%.
Em contraste, a obesidade e o sobrepeso infantil permanecem residuais. Apenas 3% das crianças menores de 5 anos estão acima do peso considerado saudável, valor bastante inferior às médias globais. Já entre adolescentes do sexo feminino (15 a 19 anos), 8% apresentam sobrepeso, enquanto entre mulheres jovens (20 a 29 anos), cerca de 27% vivem com sobrepeso ou obesidade.
Apesar da baixa prevalência de obesidade infantil, especialistas alertam que a crescente urbanização, a substituição da dieta tradicional por produtos industrializados e o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados podem alterar este quadro nos próximos anos.
Combinando altos índices de desnutrição crónica e sinais iniciais de aumento de excesso de peso em jovens e mulheres, Angola enfrenta o risco da chamada “dupla carga da má nutrição” a coexistência de subnutrição e obesidade, cenário que o UNICEF já identifica em vários países.
A obesidade ultrapassou a desnutrição como a forma mais comum de má nutrição entre crianças e adolescentes em idade escolar, afetando 1 em cada 10 ou 188 milhões em todo o mundo. O alerta consta do Relatório sobre Nutrição Infantil 2025, pelo UNICEF.
Segundo o documento, baseado em dados de mais de 190 países, a prevalência de desnutrição entre crianças dos 5 aos 19 anos caiu de 13% em 2000 para 9,2% em 2022, enquanto a obesidade triplicou, subindo de 3% para 9,4%. A obesidade é hoje mais frequente do que a desnutrição em todas as regiões, com exceção da África Subsaariana e do Sul da Ásia.
Situação mundial
Os países das Ilhas do Pacífico registam os níveis mais elevados: em Niue, 38% dos jovens entre os 5 e os 19 anos vivem com obesidade; nas Ilhas Cook, 37%; e em Nauru, 33%. Em nações de alta renda, os números também preocupam: no Chile, 27% das crianças e adolescentes são obesos; nos Estados Unidos e nos Emirados Árabes Unidos, a taxa chega a 21%.
A situação em Angola
Enquanto o UNICEF alerta que a obesidade ultrapassou a desnutrição como a forma mais comum de má nutrição em crianças e adolescentes no mundo, a realidade angolana mantém-se distinta: a desnutrição crónica continua a ser o maior desafio nutricional no país.
Segundo o Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS) 2023-2024, cerca de 40% das crianças menores de 5 anos em Angola sofrem de desnutrição crónica, um aumento em relação aos 38% registados em 2015-2016. Nas zonas rurais, o problema atinge mais de metade das crianças (51%), enquanto nas áreas urbanas afeta 31%.
As províncias mais afetadas são Bié (56%), Cuanza Sul (53%), Uíje (48%), Huambo e Huíla (47%) e Cuanza Norte e Malanje (47%). Luanda apresenta a taxa mais baixa, com 24%.
Em contraste, a obesidade e o sobrepeso infantil permanecem residuais. Apenas 3% das crianças menores de 5 anos estão acima do peso considerado saudável, valor bastante inferior às médias globais. Já entre adolescentes do sexo feminino (15 a 19 anos), 8% apresentam sobrepeso, enquanto entre mulheres jovens (20 a 29 anos), cerca de 27% vivem com sobrepeso ou obesidade.
Apesar da baixa prevalência de obesidade infantil, especialistas alertam que a crescente urbanização, a substituição da dieta tradicional por produtos industrializados e o aumento do consumo de alimentos ultraprocessados podem alterar este quadro nos próximos anos.
Combinando altos índices de desnutrição crónica e sinais iniciais de aumento de excesso de peso em jovens e mulheres, Angola enfrenta o risco da chamada “dupla carga da má nutrição” a coexistência de subnutrição e obesidade, cenário que o UNICEF já identifica em vários países.