Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo Pepetela, nasceu em 29 de Outubro de 1941, na cidade de Benguela, Angola. Proveniente de uma família de origem portuguesa de classe média, desde cedo revelou interesse pela escrita e por questões sociais, o que se intensificaria com o seu envolvimento na luta anticolonial.
Após concluir os estudos secundários em Benguela, Pepetela partiu para Lisboa em 1958, onde ingressou no curso de Engenharia no Instituto Superior Técnico. No entanto, interrompeu os estudos para se juntar ao MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), vivendo posteriormente no exílio, entre Argel e Brazzaville. Durante esse período, estudou Sociologia na Universidade de Argel e integrou a Direcção do Departamento de Educação e Cultura do MPLA.
A experiência da luta armada e a vivência no exílio marcaram profundamente a sua obra. O seu romance de estreia, As Aventuras de Ngunga (1973), tornou-se leitura obrigatória nas escolas angolanas após a independência, por retratar o idealismo da juventude revolucionária. Já em Mayombe (escrito em 1971, publicado em 1980), obra-prima da literatura de guerra, Pepetela retrata com aguda sensibilidade as tensões étnicas e ideológicas no seio do movimento de libertação.
Após a independência de Angola em 1975, Pepetela foi nomeado vice-ministro da Educação no governo do MPLA, cargo que exerceu até 1982. A sua produção literária pós-independência reflete uma análise crítica e desencantada dos novos tempos, como se vê em O Cão e os Caluandas (1985) e A Geração da Utopia (1992), obras em que questiona a corrupção, o desencanto pós-revolucionário e os conflitos de identidade.
As suas narrativas combinam elementos do realismo histórico, da crítica social e do simbolismo mítico africano. É também um dos poucos autores africanos lusófonos a explorar sistematicamente a relação entre a oralidade africana e a literatura escrita.
Ao longo da carreira, recebeu diversos prémios, incluindo o Prémio Nacional de Literatura de Angola (1981), o Prémio da Crítica da Associação de Críticos Literários Portugueses (1997) e o Prémio Camões (1997), a mais alta distinção literária da língua portuguesa. Em 2002, foi também galardoado com o Prémio Internacional de Literatura Latino-Americana e do Caribe Juan Rulfo.
Com mais de 20 romances publicados, entre eles Jaime Bunda, Agente Secreto (2001) e A Sul. O Sombreiro (2011), Pepetela é uma referência incontornável da literatura africana de expressão portuguesa. A sua obra, traduzida para diversas línguas, continua a influenciar escritores e leitores em todo o mundo, pela forma como articula identidade, memória, crítica política e cultura.
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo Pepetela, nasceu em 29 de Outubro de 1941, na cidade de Benguela, Angola. Proveniente de uma família de origem portuguesa de classe média, desde cedo revelou interesse pela escrita e por questões sociais, o que se intensificaria com o seu envolvimento na luta anticolonial.
Após concluir os estudos secundários em Benguela, Pepetela partiu para Lisboa em 1958, onde ingressou no curso de Engenharia no Instituto Superior Técnico. No entanto, interrompeu os estudos para se juntar ao MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), vivendo posteriormente no exílio, entre Argel e Brazzaville. Durante esse período, estudou Sociologia na Universidade de Argel e integrou a Direcção do Departamento de Educação e Cultura do MPLA.
A experiência da luta armada e a vivência no exílio marcaram profundamente a sua obra. O seu romance de estreia, As Aventuras de Ngunga (1973), tornou-se leitura obrigatória nas escolas angolanas após a independência, por retratar o idealismo da juventude revolucionária. Já em Mayombe (escrito em 1971, publicado em 1980), obra-prima da literatura de guerra, Pepetela retrata com aguda sensibilidade as tensões étnicas e ideológicas no seio do movimento de libertação.
Após a independência de Angola em 1975, Pepetela foi nomeado vice-ministro da Educação no governo do MPLA, cargo que exerceu até 1982. A sua produção literária pós-independência reflete uma análise crítica e desencantada dos novos tempos, como se vê em O Cão e os Caluandas (1985) e A Geração da Utopia (1992), obras em que questiona a corrupção, o desencanto pós-revolucionário e os conflitos de identidade.
As suas narrativas combinam elementos do realismo histórico, da crítica social e do simbolismo mítico africano. É também um dos poucos autores africanos lusófonos a explorar sistematicamente a relação entre a oralidade africana e a literatura escrita.
Ao longo da carreira, recebeu diversos prémios, incluindo o Prémio Nacional de Literatura de Angola (1981), o Prémio da Crítica da Associação de Críticos Literários Portugueses (1997) e o Prémio Camões (1997), a mais alta distinção literária da língua portuguesa. Em 2002, foi também galardoado com o Prémio Internacional de Literatura Latino-Americana e do Caribe Juan Rulfo.
Com mais de 20 romances publicados, entre eles Jaime Bunda, Agente Secreto (2001) e A Sul. O Sombreiro (2011), Pepetela é uma referência incontornável da literatura africana de expressão portuguesa. A sua obra, traduzida para diversas línguas, continua a influenciar escritores e leitores em todo o mundo, pela forma como articula identidade, memória, crítica política e cultura.