A segunda edição do Business & Breakfast Saúde, realizada esta manhã no Hotel Epic Sana, constituiu um momento decisivo para a reflexão sobre o futuro da saúde privada em Angola. O encontro reuniu decisores de hospitais, clínicas, laboratórios e entidades reguladoras, que defenderam a necessidade urgente de ruptura com o modelo tradicional centrado no acto médico, apelando à adopção de soluções digitais, à integração de dados e à implementação de novas práticas de gestão que garantam a sustentabilidade e a inclusão do sistema.
O sector da saúde privada em Angola, avaliado em milhares de milhões de kwanzas e considerado essencial para o crescimento económico do país, corre o risco de se tornar irrelevante caso não acompanhe as tendências globais de inovação.
De acordo com dados divulgados pelo Banco Mundial e pela Organização Mundial de Saúde, actualmente, 36,5% de toda a despesa em saúde é suportada directamente pelo utente. A projecção indica que este valor poderá ascender, em breve, a 65%. “Estamos a assistir a um colapso silencioso. Ou mudamos já, ou ficamos para trás”, alertou Edgar Santos, da TIS, perante uma plateia composta por responsáveis de hospitais, seguradoras, clínicas e reguladores.
A facturação baseada no volume de actos está a provocar um ciclo vicioso de custos crescentes, fragmentação da informação clínica e exclusão de doentes crónicos. O mesmo relatório revela que a despesa pública em saúde permanece abaixo dos 2% do Produto Interno Bruto, enquanto as empresas optam por cortar benefícios e aderir a apólices de baixo custo. Simultaneamente, hospitais e clínicas enfrentam desafios relacionados com a inflação, a volatilidade cambial e a escassez de insumos. O resultado é visível: coberturas cada vez mais restritas e plafonds rapidamente esgotados. Grande parte das apólices exclui patologias crónicas e tratamentos de elevado custo.
Para Edgar dos Santos, consultor de negócios da TIS, “a combinação de plataformas em nuvem, prontuário electrónico e interoperabilidade pode gerar economias operacionais na ordem dos 25%, dependendo do grau de maturidade digital da instituição, da abrangência do projecto e do nível de integração entre sistemas”.
O futuro do sector, defendem os especialistas, passa pela remuneração baseada em valor, com incentivos ligados aos resultados clínicos, em vez da quantidade de procedimentos realizados. Entre as soluções sugeridas destacam-se a centralização das compras, a formação em telemedicina e o uso de análise preditiva, estratégias que podem mitigar a escassez de recursos e optimizar os serviços prestados. Para tal, é essencial alinhar os incentivos do sector, reduzir desperdícios, aumentar a transparência e restaurar a confiança dos investidores.
Com o mercado global da saúde digital a caminho dos 660 mil milhões de dólares até 2025, Angola tem, segundo a consultora Roland Berger, uma oportunidade histórica de ultrapassar etapas, desde que assegure um quadro legal claro e seguro para o investimento, com garantias de interoperabilidade e protecção de dados.
O evento culminou com o compromisso de lançar projectos-piloto de interoperabilidade em duas redes clínicas, desenvolver indicadores de eficiência e apresentar, já no terceiro trimestre, recomendações sectoriais com vista à reforma do sistema.
A segunda edição do Business & Breakfast Saúde, realizada esta manhã no Hotel Epic Sana, constituiu um momento decisivo para a reflexão sobre o futuro da saúde privada em Angola. O encontro reuniu decisores de hospitais, clínicas, laboratórios e entidades reguladoras, que defenderam a necessidade urgente de ruptura com o modelo tradicional centrado no acto médico, apelando à adopção de soluções digitais, à integração de dados e à implementação de novas práticas de gestão que garantam a sustentabilidade e a inclusão do sistema.
O sector da saúde privada em Angola, avaliado em milhares de milhões de kwanzas e considerado essencial para o crescimento económico do país, corre o risco de se tornar irrelevante caso não acompanhe as tendências globais de inovação.
De acordo com dados divulgados pelo Banco Mundial e pela Organização Mundial de Saúde, actualmente, 36,5% de toda a despesa em saúde é suportada directamente pelo utente. A projecção indica que este valor poderá ascender, em breve, a 65%. “Estamos a assistir a um colapso silencioso. Ou mudamos já, ou ficamos para trás”, alertou Edgar Santos, da TIS, perante uma plateia composta por responsáveis de hospitais, seguradoras, clínicas e reguladores.
A facturação baseada no volume de actos está a provocar um ciclo vicioso de custos crescentes, fragmentação da informação clínica e exclusão de doentes crónicos. O mesmo relatório revela que a despesa pública em saúde permanece abaixo dos 2% do Produto Interno Bruto, enquanto as empresas optam por cortar benefícios e aderir a apólices de baixo custo. Simultaneamente, hospitais e clínicas enfrentam desafios relacionados com a inflação, a volatilidade cambial e a escassez de insumos. O resultado é visível: coberturas cada vez mais restritas e plafonds rapidamente esgotados. Grande parte das apólices exclui patologias crónicas e tratamentos de elevado custo.
Para Edgar dos Santos, consultor de negócios da TIS, “a combinação de plataformas em nuvem, prontuário electrónico e interoperabilidade pode gerar economias operacionais na ordem dos 25%, dependendo do grau de maturidade digital da instituição, da abrangência do projecto e do nível de integração entre sistemas”.
O futuro do sector, defendem os especialistas, passa pela remuneração baseada em valor, com incentivos ligados aos resultados clínicos, em vez da quantidade de procedimentos realizados. Entre as soluções sugeridas destacam-se a centralização das compras, a formação em telemedicina e o uso de análise preditiva, estratégias que podem mitigar a escassez de recursos e optimizar os serviços prestados. Para tal, é essencial alinhar os incentivos do sector, reduzir desperdícios, aumentar a transparência e restaurar a confiança dos investidores.
Com o mercado global da saúde digital a caminho dos 660 mil milhões de dólares até 2025, Angola tem, segundo a consultora Roland Berger, uma oportunidade histórica de ultrapassar etapas, desde que assegure um quadro legal claro e seguro para o investimento, com garantias de interoperabilidade e protecção de dados.
O evento culminou com o compromisso de lançar projectos-piloto de interoperabilidade em duas redes clínicas, desenvolver indicadores de eficiência e apresentar, já no terceiro trimestre, recomendações sectoriais com vista à reforma do sistema.