Em África, o termo "milionário" está a ganhar um novo significado, não necessariamente associado à quantidade de dinheiro que tem na conta bancária, pois a nova e emergente geração de milionários africanos não está apenas focada no dinheiro, mas no impacto que os seus negócios têm na comunidade. A isso chama-se empreendedorismo de impacto. Ou seja, é a nova maneira de ganhar dinheiro e fazer o bem ao mesmo tempo.
John-Paul Iwuoha, empreendedor, partilhou no site SmallStarter 11 oportunidades de negócio que o podem tornar no próximo milionário africano. Veja abaixo quais são.
1. Crowdfarming
Em todo o mundo, a agricultura é um grande negócio e a maioria dos agricultores é financeiramente próspero, embora esta ainda não seja uma realidade em África. De acordo com as Nações Unidas, o agronegócio em África deve valer US $ 1 trilhão até 2030, porque o continente tem um enorme mercado interno, detém 60% da terra arável não utilizada do mundo e dispõe de abundantes recursos de mão-de-obra e um clima favorável na maioria das regiões. Ainda assim, África gasta mais de 30 bilhões de dólares norte-americanos em importações de alimentos anualmente. Um dos grandes problemas é que a maior parte da comida em África ainda é produzida por pequenos agricultores em áreas rurais, sendo que esses são pobres e raramente usam métodos agrícolas modernos eficientes, além de terem acesso muito limitado ao capital. Mas, e se os africanos, nas cidades, reunirem fundos e investirem nesses agricultores rurais para, no final, dividir os lucros na época da colheita? Isso não aumentaria significativamente a produção de alimentos, reduziria a conta de importação de alimentos do continente e geraria mais dinheiro tanto para os investidores quanto para os agricultores? Questiona-se John-Paul, que explica que esse modelo de negócios é chamado de “crowdfarming”, e é uma tendência que pode transformar totalmente a face do agronegócio em África. Na Nigéria, relatou, duas plataformas de crowdfarming - FarmCrowdy e ThriveAgric - permitem que os nigerianos da classe trabalhadora patrocinem projectos agrícolas e ganhem participação nos retornos na época da colheita. No ano passado, a FarmCrowdy levantou arrecadou 1 milhão de dólares de investidores dos EUA para expandir suas operações. Já na Somália, o Ari.Farm é uma plataforma online de marketplace e crowdfarming que permite que investidores de todo o mundo entrem no mercado de gado da Somália. Na África do Sul, A Livestock Wealth ajuda os investidores a possuir vacas prenhes e rastreá-las através de um aplicativo móvel. Uma vez que o bezerro chega a sete meses, ele é vendido para um matadouro e o retorno da carne bovina vai para os investidores.
2. Resíduos Sólidos
Durante décadas, o desperdício tem sido um problema enorme e persistente nas áreas urbanas de África. Actualmente, a maior parte dos resíduos gerados no continente é queimada, enterrada ou jogada fora. Como resultado, mais de 80% dos resíduos sólidos produzidos no continente acabam em aterros sanitários ou são despejados em corpos d'água.
E como a população africana continua a aumentar, o problema dos resíduos só vai piorar, alerta John-Paul Iwuoha que, entretanto, cita um bom exemplo que vem da África do Sul, onde resíduos sólidos estão a ser convertidos em ração animal. Trata-se precisamente da AgriProtein, que é uma empresa que cultiva vermes de resíduos colectados em mercados, residências e empresas. As larvas são transformadas em um suplemento de proteína altamente nutritivo que substitui a farinha de peixe na alimentação animal. A empresa arrecadou até 30 milhões de dólares em financiamento, tornando-se uma das mais bem financiadas no sector até hoje.
Já na Etiópia a solução tem sido converter o lixo em electricidade. A fábrica de reciclagem de resíduos Repi, em Adis Abeba, produzirá 50 megawatts de electricidade a partir de resíduos colectados em toda a cidade. Espera-se que a instalação forneça electricidade a 3 milhões de lares e evite a libertação de milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera.
3. Logística Urbana
O futuro de África está nas cidades. E até 2030, estima que pelo menos dos 1,4 bilhão de habitantes do continente esteja localizada nas cidades. E já não falta muito, pois, actualmente, cerca de 60 cidades africanas têm uma população de mais de 1 milhão de pessoas. No topo estão cidades como Lagos (21 milhões), Kinshasa (10 milhões) e Cairo (9,5 milhões). Luanda nem por isso está distante, com uma população estimada em 6 milhões de habitantes. Neste sentido, um dos maiores problemas que parece estar a piorar com o crescimento urbano em África é o congestionamento. A maioria das cidades do continente ainda não possui sistemas de transporte bem diversificados, portanto, locomover-se pela cidade pode ser um esforço muito frustrante, daí que, felizmente, frisa John-Paul Iwuoha, alguns empresários africanos já estão atacando esse problema.
No Quénia, a Twiga Foods usa a tecnologia para reunir as encomendas de vários clientes, economizando uma viagem ao mercado, para entregar as compras à porta daqueles. No ano passado, a Startup, que já é o maior distribuidor de alguns alimentos básicos no Quénia, arrecadou 10,3 milhões de receitas.
Por sua vez, a Nigéria viu nascer a MAX, é uma startup em rápido crescimento que fornece serviços de entrega. No ano passado, lançou um serviço de mensageiro sob demanda para clientes que têm entregas críticas que precisam superar o notório congestionamento nas estradas de Lagos. “À medida que vamos para o futuro, mais empreendedores descobrirão maneiras de superar os problemas complexos e os desafios frustrantes da logística nas áreas urbanas”, comenta John-Paul, para quem, “em 2018, a logística urbana provavelmente continuará sendo uma das oportunidades de negócios emergentes mais promissoras em África”.
Veja o artigo completo aqui
Em África, o termo "milionário" está a ganhar um novo significado, não necessariamente associado à quantidade de dinheiro que tem na conta bancária, pois a nova e emergente geração de milionários africanos não está apenas focada no dinheiro, mas no impacto que os seus negócios têm na comunidade. A isso chama-se empreendedorismo de impacto. Ou seja, é a nova maneira de ganhar dinheiro e fazer o bem ao mesmo tempo.
John-Paul Iwuoha, empreendedor, partilhou no site SmallStarter 11 oportunidades de negócio que o podem tornar no próximo milionário africano. Veja abaixo quais são.
1. Crowdfarming
Em todo o mundo, a agricultura é um grande negócio e a maioria dos agricultores é financeiramente próspero, embora esta ainda não seja uma realidade em África. De acordo com as Nações Unidas, o agronegócio em África deve valer US $ 1 trilhão até 2030, porque o continente tem um enorme mercado interno, detém 60% da terra arável não utilizada do mundo e dispõe de abundantes recursos de mão-de-obra e um clima favorável na maioria das regiões. Ainda assim, África gasta mais de 30 bilhões de dólares norte-americanos em importações de alimentos anualmente. Um dos grandes problemas é que a maior parte da comida em África ainda é produzida por pequenos agricultores em áreas rurais, sendo que esses são pobres e raramente usam métodos agrícolas modernos eficientes, além de terem acesso muito limitado ao capital. Mas, e se os africanos, nas cidades, reunirem fundos e investirem nesses agricultores rurais para, no final, dividir os lucros na época da colheita? Isso não aumentaria significativamente a produção de alimentos, reduziria a conta de importação de alimentos do continente e geraria mais dinheiro tanto para os investidores quanto para os agricultores? Questiona-se John-Paul, que explica que esse modelo de negócios é chamado de “crowdfarming”, e é uma tendência que pode transformar totalmente a face do agronegócio em África. Na Nigéria, relatou, duas plataformas de crowdfarming - FarmCrowdy e ThriveAgric - permitem que os nigerianos da classe trabalhadora patrocinem projectos agrícolas e ganhem participação nos retornos na época da colheita. No ano passado, a FarmCrowdy levantou arrecadou 1 milhão de dólares de investidores dos EUA para expandir suas operações. Já na Somália, o Ari.Farm é uma plataforma online de marketplace e crowdfarming que permite que investidores de todo o mundo entrem no mercado de gado da Somália. Na África do Sul, A Livestock Wealth ajuda os investidores a possuir vacas prenhes e rastreá-las através de um aplicativo móvel. Uma vez que o bezerro chega a sete meses, ele é vendido para um matadouro e o retorno da carne bovina vai para os investidores.
2. Resíduos Sólidos
Durante décadas, o desperdício tem sido um problema enorme e persistente nas áreas urbanas de África. Actualmente, a maior parte dos resíduos gerados no continente é queimada, enterrada ou jogada fora. Como resultado, mais de 80% dos resíduos sólidos produzidos no continente acabam em aterros sanitários ou são despejados em corpos d'água.
E como a população africana continua a aumentar, o problema dos resíduos só vai piorar, alerta John-Paul Iwuoha que, entretanto, cita um bom exemplo que vem da África do Sul, onde resíduos sólidos estão a ser convertidos em ração animal. Trata-se precisamente da AgriProtein, que é uma empresa que cultiva vermes de resíduos colectados em mercados, residências e empresas. As larvas são transformadas em um suplemento de proteína altamente nutritivo que substitui a farinha de peixe na alimentação animal. A empresa arrecadou até 30 milhões de dólares em financiamento, tornando-se uma das mais bem financiadas no sector até hoje.
Já na Etiópia a solução tem sido converter o lixo em electricidade. A fábrica de reciclagem de resíduos Repi, em Adis Abeba, produzirá 50 megawatts de electricidade a partir de resíduos colectados em toda a cidade. Espera-se que a instalação forneça electricidade a 3 milhões de lares e evite a libertação de milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera.
3. Logística Urbana
O futuro de África está nas cidades. E até 2030, estima que pelo menos dos 1,4 bilhão de habitantes do continente esteja localizada nas cidades. E já não falta muito, pois, actualmente, cerca de 60 cidades africanas têm uma população de mais de 1 milhão de pessoas. No topo estão cidades como Lagos (21 milhões), Kinshasa (10 milhões) e Cairo (9,5 milhões). Luanda nem por isso está distante, com uma população estimada em 6 milhões de habitantes. Neste sentido, um dos maiores problemas que parece estar a piorar com o crescimento urbano em África é o congestionamento. A maioria das cidades do continente ainda não possui sistemas de transporte bem diversificados, portanto, locomover-se pela cidade pode ser um esforço muito frustrante, daí que, felizmente, frisa John-Paul Iwuoha, alguns empresários africanos já estão atacando esse problema.
No Quénia, a Twiga Foods usa a tecnologia para reunir as encomendas de vários clientes, economizando uma viagem ao mercado, para entregar as compras à porta daqueles. No ano passado, a Startup, que já é o maior distribuidor de alguns alimentos básicos no Quénia, arrecadou 10,3 milhões de receitas.
Por sua vez, a Nigéria viu nascer a MAX, é uma startup em rápido crescimento que fornece serviços de entrega. No ano passado, lançou um serviço de mensageiro sob demanda para clientes que têm entregas críticas que precisam superar o notório congestionamento nas estradas de Lagos. “À medida que vamos para o futuro, mais empreendedores descobrirão maneiras de superar os problemas complexos e os desafios frustrantes da logística nas áreas urbanas”, comenta John-Paul, para quem, “em 2018, a logística urbana provavelmente continuará sendo uma das oportunidades de negócios emergentes mais promissoras em África”.
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