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Relatório conclui que as perturbações provocadas pela Covid-19 continuam a desafiar as empresas

Relatório conclui que as perturbações provocadas pela Covid-19 continuam a desafiar as empresas
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As perturbações provocadas pela pandemia de COVID-19 continuam a desafiar as empresas, volvidos dois anos do seu surgimento, pois as alterações a que famílias, organizações e a sociedade em geral foram forçadas aumentaram a pressão comercial e a sobrevivência das empresas, o que, por si só, criou oportunidades para o aumento de comportamentos antiéticos, incluindo fraude e corrupção.

Essas revelações estão presentes no Relatório de Integridade Global 2022 da EY, apresentado nesta quinta-feira, em Luanda, na conferência sobre “Integridade, Ética e Cibersegurança: Desafios e Oportunidades”, promovida pela própria instituição, no InterContinental, Miramar.

Apresentado por Pedro Letra, parceiro da EY para serviços de garantia, o documento revela ainda o aumento do trabalho remoto intensificou igualmente os riscos e os controlos para responder à nova realidade.

Por outro lado, o relatório demonstra que 47% dos inquiridos nas organizações africanas considera que a pandemia tornou mais difícil conduzir os seus negócios com integridade, mas existem também mais empresas a valorizar a sua reputação, a integridade corporativa e a retenção de colaboradores.

O desafio passa por desconstruir o fosso crescente entre o que os líderes seniores das organizações dizem ser importante e o que eles estão preparados para fazer em benefício próprio, numa óptica de “faz o que digo, mas não o que faço”.

De acordo com a nota enviada ao ONgoma News, a amostra do estudo contou com 195 entrevistados entre Junho e Setembro de 2021, nomeadamente profissionais de diferentes posições hierárquicas dos mais variados sectores, e os resultados mostram condutas menos próprias, mas também um aumento da consciência sobre ética e valores - 97% dos inquiridos acha importante demonstrar que a sua organização opera com integridade e 72% considera importante um código de conduta sobre como os funcionários se devem comportar nos negócios.

Por sua vez, 53% acredita que a declaração sobre valores e visão da organização pode inspirar a conduta das pessoas e 59% acha que os padrões de integridade melhoraram na sua organização nos dezoito meses anteriores à realização dos inquéritos. Contudo, 35% acredita que o comportamento antiético é frequentemente tolerado quando as pessoas envolvidas ocupam altos cargos.

Ainda, 61% dos funcionários das organizações africanas acredita poder relatar irregularidades no trabalho, sem medo de consequências negativas, mas 49% diz que não o faz por achar que as suas preocupações não seriam atendidas e 47% afirma que ao denunciar situações de má conduta foi pressionado para não o fazer formalmente.

Segundo o estudo, 49% dos entrevistados relata que nos dezoito meses anteriores ouviu a administração da sua organização falar sobre a importância de se comportar com integridade, e 85% afirma que a sua organização tomou medidas contra funcionários por violar normas ou regulamentos de integridade.

Revela ainda que 57% concorda com a necessidade de haver formação regular sobre requisitos legais e 72% acredita na formação como forma de proteger contra violações de segurança de dados; 46% avalia positivamente a formação sobre regulamentos de privacidade de dados, como o Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados, mas apenas 25% está informado sobre procedimentos para trabalhar remotamente.

Apesar da consciência sobre a necessidade de alterar comportamentos, ao comparar os resultados deste relatório com o estudo de 2020, conclui-se que existe uma tendência para actuar à margem da integridade corporativa com o objectivo de obter proveitos próprios - 9% da amostra admite ser capaz de ignorar condutas antiéticas na sua equipa e 8% diz-se capaz de aceitar ou oferecer subornos e acções que garantam melhorias de progressão na carreira ou pacotes de remuneração mais atractivos.

Para Andrew Gordon, líder global de serviços forenses e de integridade da EY, “a integridade nos negócios não se trata de conformidade e gestão de riscos, mas sim de proteger a organização, os seus activos e a sua reputação”, defendo que o Relatório de Integridade Global 2022 da EY serve como “um alerta para os conselhos de administração, directores jurídicos e directores de compliance, para se concentrarem em elevados padrões éticos em toda a organização e aproveitar os dados para atingir essas metas”. Além disso, o responsável refere que é necessário criar um “ambiente de integridade adequado para estimular medidas que aumentem as boas práticas e um ambiente saudável no mercado corporativo”, segundo a nota.

Entretanto, a apresentação dos resultados do relatório foi complementada com os dados de Angola do Relatório de Integridade de 2021 da EY, que demonstram que o país tem vindo a fazer um caminho de melhoria no que respeita ao combate à corrupção, sendo prova disso o progresso entre 2018, 2019 e 2020 no Corruption Perception Index, publicado pela Transparency International, em que se observaram melhorias na posição do Corruption Index, com Angola a obter em 2018 a posição 165, em 2019 a posição 146 e em 2020 a posição 142.

Apesar de serem ainda observados desafios que necessitam de ser acautelados a nível público e privado, lê-se no documento, verifica-se que o esforço das organizações dos vários sectores do próprio Estado já começou a promover resultados positivos.

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Redacção

As perturbações provocadas pela pandemia de COVID-19 continuam a desafiar as empresas, volvidos dois anos do seu surgimento, pois as alterações a que famílias, organizações e a sociedade em geral foram forçadas aumentaram a pressão comercial e a sobrevivência das empresas, o que, por si só, criou oportunidades para o aumento de comportamentos antiéticos, incluindo fraude e corrupção.

Essas revelações estão presentes no Relatório de Integridade Global 2022 da EY, apresentado nesta quinta-feira, em Luanda, na conferência sobre “Integridade, Ética e Cibersegurança: Desafios e Oportunidades”, promovida pela própria instituição, no InterContinental, Miramar.

Apresentado por Pedro Letra, parceiro da EY para serviços de garantia, o documento revela ainda o aumento do trabalho remoto intensificou igualmente os riscos e os controlos para responder à nova realidade.

Por outro lado, o relatório demonstra que 47% dos inquiridos nas organizações africanas considera que a pandemia tornou mais difícil conduzir os seus negócios com integridade, mas existem também mais empresas a valorizar a sua reputação, a integridade corporativa e a retenção de colaboradores.

O desafio passa por desconstruir o fosso crescente entre o que os líderes seniores das organizações dizem ser importante e o que eles estão preparados para fazer em benefício próprio, numa óptica de “faz o que digo, mas não o que faço”.

De acordo com a nota enviada ao ONgoma News, a amostra do estudo contou com 195 entrevistados entre Junho e Setembro de 2021, nomeadamente profissionais de diferentes posições hierárquicas dos mais variados sectores, e os resultados mostram condutas menos próprias, mas também um aumento da consciência sobre ética e valores - 97% dos inquiridos acha importante demonstrar que a sua organização opera com integridade e 72% considera importante um código de conduta sobre como os funcionários se devem comportar nos negócios.

Por sua vez, 53% acredita que a declaração sobre valores e visão da organização pode inspirar a conduta das pessoas e 59% acha que os padrões de integridade melhoraram na sua organização nos dezoito meses anteriores à realização dos inquéritos. Contudo, 35% acredita que o comportamento antiético é frequentemente tolerado quando as pessoas envolvidas ocupam altos cargos.

Ainda, 61% dos funcionários das organizações africanas acredita poder relatar irregularidades no trabalho, sem medo de consequências negativas, mas 49% diz que não o faz por achar que as suas preocupações não seriam atendidas e 47% afirma que ao denunciar situações de má conduta foi pressionado para não o fazer formalmente.

Segundo o estudo, 49% dos entrevistados relata que nos dezoito meses anteriores ouviu a administração da sua organização falar sobre a importância de se comportar com integridade, e 85% afirma que a sua organização tomou medidas contra funcionários por violar normas ou regulamentos de integridade.

Revela ainda que 57% concorda com a necessidade de haver formação regular sobre requisitos legais e 72% acredita na formação como forma de proteger contra violações de segurança de dados; 46% avalia positivamente a formação sobre regulamentos de privacidade de dados, como o Regulamento Geral sobre a Protecção de Dados, mas apenas 25% está informado sobre procedimentos para trabalhar remotamente.

Apesar da consciência sobre a necessidade de alterar comportamentos, ao comparar os resultados deste relatório com o estudo de 2020, conclui-se que existe uma tendência para actuar à margem da integridade corporativa com o objectivo de obter proveitos próprios - 9% da amostra admite ser capaz de ignorar condutas antiéticas na sua equipa e 8% diz-se capaz de aceitar ou oferecer subornos e acções que garantam melhorias de progressão na carreira ou pacotes de remuneração mais atractivos.

Para Andrew Gordon, líder global de serviços forenses e de integridade da EY, “a integridade nos negócios não se trata de conformidade e gestão de riscos, mas sim de proteger a organização, os seus activos e a sua reputação”, defendo que o Relatório de Integridade Global 2022 da EY serve como “um alerta para os conselhos de administração, directores jurídicos e directores de compliance, para se concentrarem em elevados padrões éticos em toda a organização e aproveitar os dados para atingir essas metas”. Além disso, o responsável refere que é necessário criar um “ambiente de integridade adequado para estimular medidas que aumentem as boas práticas e um ambiente saudável no mercado corporativo”, segundo a nota.

Entretanto, a apresentação dos resultados do relatório foi complementada com os dados de Angola do Relatório de Integridade de 2021 da EY, que demonstram que o país tem vindo a fazer um caminho de melhoria no que respeita ao combate à corrupção, sendo prova disso o progresso entre 2018, 2019 e 2020 no Corruption Perception Index, publicado pela Transparency International, em que se observaram melhorias na posição do Corruption Index, com Angola a obter em 2018 a posição 165, em 2019 a posição 146 e em 2020 a posição 142.

Apesar de serem ainda observados desafios que necessitam de ser acautelados a nível público e privado, lê-se no documento, verifica-se que o esforço das organizações dos vários sectores do próprio Estado já começou a promover resultados positivos.

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