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A febre da creatina entre os adolescentes: moda ou real necessidade?

A febre da creatina entre os adolescentes: moda ou real necessidade?
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A creatina afirmou-se como um dos suplementos desportivos mais populares a nível mundial, mas o seu consumo está a alastrar-se rapidamente dos atletas adultos para os adolescentes. Esta tendência levanta questões pertinentes sobre a sua segurança e real necessidade nesta faixa etária. Devem ou não tomar?

Antes de mais, é fundamental compreender que a creatina é um composto natural que o corpo humano armazena nos músculos. Embora uma pequena porção seja produzida nos rins e no fígado, a grande maioria, cerca de 95% é obtida através da alimentação, nomeadamente pelo consumo de carne e peixe.

A principal função da creatina é fornecer energia rápida durante atividades de alta intensidade e curta duração, como o levantamento de pesos ou um sprint. Entre as várias formas disponíveis no mercado, a creatina monohidratada é a mais estudada e considerada a mais estável e eficaz.

Diversos estudos científicos demonstram que a suplementação com creatina melhora o desempenho em exercícios que exigem força e potência. Quando combinada com um treino de resistência adequado, pode também potenciar o crescimento da massa muscular e acelerar a recuperação pós-exercício.

Investigações mais recentes sugerem ainda que os seus benefícios podem ir além do ginásio. Há indícios de que a creatina pode melhorar certas funções cognitivas, como a memória e a capacidade de atenção. Além disso, mostra-se promissora para a população mais idosa, ajudando a prevenir a perda de massa muscular (sarcopenia) e a proteger contra doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer.

O crescente consumo entre os jovens

A popularidade da creatina entre os mais novos é inegável. Inquéritos recentes revelam que até 72% dos atletas masculinos entre os 17 e 18 anos admitem utilizar este suplemento.

Apesar de a creatina ser considerada segura e eficaz para adultos, a investigação em crianças e adolescentes é consideravelmente mais limitada. Os estudos existentes sugerem que, quando usada corretamente, a creatina parece ser segura e pode oferecer benefícios de desempenho para jovens atletas. Contudo, a maioria das pesquisas analisou apenas dosagens entre 0,1g e 0,3g por quilo de peso corporal por dia.

É, por isso, crucial que qualquer jovem que opte pela suplementação não exceda estas diretrizes.

O principal risco não reside na substância em si, mas na forma como é utilizada. Sem a devida educação nutricional e supervisão na dosagem, os jovens correm o risco de fazer um uso incorreto da creatina.

Um estudo que avaliou o conhecimento de jovens atletas sobre suplementos desportivos concluiu que apenas 11% respondeu corretamente a perguntas sobre o uso da creatina. Esta falta de conhecimento pode levar a um consumo excessivo, resultando em efeitos adversos como desconforto gastrointestinal, cãibras ou inchaço, conforme noticiou o site pplware.

Especialistas alertam que nenhum suplemento é um atalho para a boa forma física. Os ganhos de desempenho proporcionados pela creatina são marginais quando comparados com os que podem ser alcançados através de um treino consistente, uma alimentação equilibrada e um sono reparador.

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Veloso de Almeida

Repórter

Veloso estudou Comunicação Social no Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA) e estagia como jornalista no portal ONgoma News.

A creatina afirmou-se como um dos suplementos desportivos mais populares a nível mundial, mas o seu consumo está a alastrar-se rapidamente dos atletas adultos para os adolescentes. Esta tendência levanta questões pertinentes sobre a sua segurança e real necessidade nesta faixa etária. Devem ou não tomar?

Antes de mais, é fundamental compreender que a creatina é um composto natural que o corpo humano armazena nos músculos. Embora uma pequena porção seja produzida nos rins e no fígado, a grande maioria, cerca de 95% é obtida através da alimentação, nomeadamente pelo consumo de carne e peixe.

A principal função da creatina é fornecer energia rápida durante atividades de alta intensidade e curta duração, como o levantamento de pesos ou um sprint. Entre as várias formas disponíveis no mercado, a creatina monohidratada é a mais estudada e considerada a mais estável e eficaz.

Diversos estudos científicos demonstram que a suplementação com creatina melhora o desempenho em exercícios que exigem força e potência. Quando combinada com um treino de resistência adequado, pode também potenciar o crescimento da massa muscular e acelerar a recuperação pós-exercício.

Investigações mais recentes sugerem ainda que os seus benefícios podem ir além do ginásio. Há indícios de que a creatina pode melhorar certas funções cognitivas, como a memória e a capacidade de atenção. Além disso, mostra-se promissora para a população mais idosa, ajudando a prevenir a perda de massa muscular (sarcopenia) e a proteger contra doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer.

O crescente consumo entre os jovens

A popularidade da creatina entre os mais novos é inegável. Inquéritos recentes revelam que até 72% dos atletas masculinos entre os 17 e 18 anos admitem utilizar este suplemento.

Apesar de a creatina ser considerada segura e eficaz para adultos, a investigação em crianças e adolescentes é consideravelmente mais limitada. Os estudos existentes sugerem que, quando usada corretamente, a creatina parece ser segura e pode oferecer benefícios de desempenho para jovens atletas. Contudo, a maioria das pesquisas analisou apenas dosagens entre 0,1g e 0,3g por quilo de peso corporal por dia.

É, por isso, crucial que qualquer jovem que opte pela suplementação não exceda estas diretrizes.

O principal risco não reside na substância em si, mas na forma como é utilizada. Sem a devida educação nutricional e supervisão na dosagem, os jovens correm o risco de fazer um uso incorreto da creatina.

Um estudo que avaliou o conhecimento de jovens atletas sobre suplementos desportivos concluiu que apenas 11% respondeu corretamente a perguntas sobre o uso da creatina. Esta falta de conhecimento pode levar a um consumo excessivo, resultando em efeitos adversos como desconforto gastrointestinal, cãibras ou inchaço, conforme noticiou o site pplware.

Especialistas alertam que nenhum suplemento é um atalho para a boa forma física. Os ganhos de desempenho proporcionados pela creatina são marginais quando comparados com os que podem ser alcançados através de um treino consistente, uma alimentação equilibrada e um sono reparador.

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