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Homenagem aos Laureados Africanos com o Prémio Nobel no rescaldo do Dia de África

Homenagem aos Laureados Africanos com o Prémio Nobel no rescaldo do Dia de África
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Ontem, como em cada 25 de Maio, celebrou-se o Dia de África. Uma data gravada no calendário com tinta de resistência, sonho e unidade. Mais do que um marco histórico da criação da Organização da Unidade Africana, em 1963, o 25 de Maio tornou-se símbolo do orgulho africano, da força da diversidade e da esperança que brota mesmo nos contextos mais adversos.

Neste ano, a celebração calhou num domingo, um dia, por tradição, reservado à contemplação, ao silêncio interior e à partilha de sabedoria. E que melhor forma de homenagear África do que lembrar os seus filhos e filhas que, com coragem e entrega, elevaram o nome do continente no mais alto palco da dignidade humana, o Prémio Nobel?

Estes laureados não representam apenas feitos individuais, mas capítulos de uma narrativa colectiva de superação, justiça e compromisso com o futuro.

Nelson Mandela (Nobel da Paz, 1993, África do Sul)

Mandela foi, é e será o ícone da reconciliação. Após 27 anos de prisão, saiu sem ódio, com uma visão de país que incluía os que o oprimiram. A sua frase, “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”, é uma síntese da sua crença na transformação estrutural e pacífica. Com ele, África mostrou ao mundo que o perdão não é fraqueza, mas a mais nobre força.

Wangari Maathai (Nobel da Paz, 2004, Quénia)

Primeira mulher africana a receber o Nobel, Wangari fundou o movimento Cinturão Verde e plantou mais de 50 milhões de árvores. Não plantava apenas para reflorestar solos devastados, plantava para devolver dignidade às mulheres, para restaurar o equilíbrio entre a natureza e a humanidade. “Se lhe dermos uma oportunidade, ela irá regenerar-se”, disse, referindo-se à natureza. Mas as suas palavras servem também para as nações e povos.

Desmond Tutu (Nobel da Paz, 1984, África do Sul)

Arcebispo da reconciliação e da justiça restaurativa, foi uma das vozes mais poderosas contra o apartheid. Desmond Tutu ensinou que, sem perdão, não há futuro, nem pessoal, nem nacional. O seu riso era leve, mas o seu compromisso era profundo. Trouxe espiritualidade e ternura para os corredores da política, demonstrando que a paz começa no coração.

Abiy Ahmed (Nobel da Paz, 2019, Etiópia)

Quando chegou ao poder, em 2018, surpreendeu o mundo ao assinar um acordo de paz histórico com a Eritreia, encerrando duas décadas de conflito. “A paz é uma flor frágil”, afirmou. Na instabilidade do Corno de África, o gesto de Abiy foi símbolo de uma nova esperança para a diplomacia africana, mostrando que a liderança africana pode, sim, construir pontes com sabedoria e visão.

🌿 Um continente de prémios silenciosos

África não é feita apenas de conflitos e carências, como tantas vezes é retratada. É também feita de prémios silenciosos, as parteiras que salvam vidas em aldeias sem luz, os professores que ensinam sob árvores, os jovens que programam sob lanternas solares. Mas quando um Nobel é atribuído a um africano, é o eco de todas essas lutas anónimas que ressoam no mundo.

🌍 O futuro é uma responsabilidade colectiva

Ao recordarmos estes nomes, devemos também olhar para dentro de nós. O que cada um de nós pode fazer pela paz, pela justiça, pela sustentabilidade? África não se constrói apenas nos palcos políticos, constrói-se nos bairros, nas escolas, nos campos, nos estúdios, nas redes, nas ideias. Cada gesto ético e cada compromisso com a verdade é também uma semente de Nobel.

Neste rescaldo do Dia de África, celebremos os nossos laureados não apenas com orgulho, mas com acção. Que o seu legado inspire decisões concretas. Que a sua coragem nos contagie. Que a sua visão nos una.

Porque África, essa mãe de muitas línguas, muitos tambores, muitas resistências, é, acima de tudo, um continente premiado pela sua própria perseverança.

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Gilberto Tadeu

Redactor

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Ontem, como em cada 25 de Maio, celebrou-se o Dia de África. Uma data gravada no calendário com tinta de resistência, sonho e unidade. Mais do que um marco histórico da criação da Organização da Unidade Africana, em 1963, o 25 de Maio tornou-se símbolo do orgulho africano, da força da diversidade e da esperança que brota mesmo nos contextos mais adversos.

Neste ano, a celebração calhou num domingo, um dia, por tradição, reservado à contemplação, ao silêncio interior e à partilha de sabedoria. E que melhor forma de homenagear África do que lembrar os seus filhos e filhas que, com coragem e entrega, elevaram o nome do continente no mais alto palco da dignidade humana, o Prémio Nobel?

Estes laureados não representam apenas feitos individuais, mas capítulos de uma narrativa colectiva de superação, justiça e compromisso com o futuro.

Nelson Mandela (Nobel da Paz, 1993, África do Sul)

Mandela foi, é e será o ícone da reconciliação. Após 27 anos de prisão, saiu sem ódio, com uma visão de país que incluía os que o oprimiram. A sua frase, “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”, é uma síntese da sua crença na transformação estrutural e pacífica. Com ele, África mostrou ao mundo que o perdão não é fraqueza, mas a mais nobre força.

Wangari Maathai (Nobel da Paz, 2004, Quénia)

Primeira mulher africana a receber o Nobel, Wangari fundou o movimento Cinturão Verde e plantou mais de 50 milhões de árvores. Não plantava apenas para reflorestar solos devastados, plantava para devolver dignidade às mulheres, para restaurar o equilíbrio entre a natureza e a humanidade. “Se lhe dermos uma oportunidade, ela irá regenerar-se”, disse, referindo-se à natureza. Mas as suas palavras servem também para as nações e povos.

Desmond Tutu (Nobel da Paz, 1984, África do Sul)

Arcebispo da reconciliação e da justiça restaurativa, foi uma das vozes mais poderosas contra o apartheid. Desmond Tutu ensinou que, sem perdão, não há futuro, nem pessoal, nem nacional. O seu riso era leve, mas o seu compromisso era profundo. Trouxe espiritualidade e ternura para os corredores da política, demonstrando que a paz começa no coração.

Abiy Ahmed (Nobel da Paz, 2019, Etiópia)

Quando chegou ao poder, em 2018, surpreendeu o mundo ao assinar um acordo de paz histórico com a Eritreia, encerrando duas décadas de conflito. “A paz é uma flor frágil”, afirmou. Na instabilidade do Corno de África, o gesto de Abiy foi símbolo de uma nova esperança para a diplomacia africana, mostrando que a liderança africana pode, sim, construir pontes com sabedoria e visão.

🌿 Um continente de prémios silenciosos

África não é feita apenas de conflitos e carências, como tantas vezes é retratada. É também feita de prémios silenciosos, as parteiras que salvam vidas em aldeias sem luz, os professores que ensinam sob árvores, os jovens que programam sob lanternas solares. Mas quando um Nobel é atribuído a um africano, é o eco de todas essas lutas anónimas que ressoam no mundo.

🌍 O futuro é uma responsabilidade colectiva

Ao recordarmos estes nomes, devemos também olhar para dentro de nós. O que cada um de nós pode fazer pela paz, pela justiça, pela sustentabilidade? África não se constrói apenas nos palcos políticos, constrói-se nos bairros, nas escolas, nos campos, nos estúdios, nas redes, nas ideias. Cada gesto ético e cada compromisso com a verdade é também uma semente de Nobel.

Neste rescaldo do Dia de África, celebremos os nossos laureados não apenas com orgulho, mas com acção. Que o seu legado inspire decisões concretas. Que a sua coragem nos contagie. Que a sua visão nos una.

Porque África, essa mãe de muitas línguas, muitos tambores, muitas resistências, é, acima de tudo, um continente premiado pela sua própria perseverança.

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