O director-geral da Heetch, Álvaro de Veciana, afirmou ontem que a empresa não é alheia às dificuldades de mobilidade que podem surgir, como falta de iluminação ou depressão na via, mas opera principalmente em zonas urbanas, “mais e em melhor medida em relação às zonas rurais, e os motoristas no entanto têm o direito de recusar entrar em algumas localidades, não querendo prejudicar o seu meio de trabalho”.

Falando por ocasião do acordo firmado ontem entre o aplicativo, a Africell e a Afrimoney, que visa facilitar cada vez mais a mobilidade dos angolanos na capital, o responsável continuou que, por outro lado, a segurança não é só importante para os passageiros, é também para os motoristas, possibilitando terem uma viatura funcional a longo prazo, mas acredita que as dificuldades nesse aspecto não são tantas, por actuar mais em zonas urbanas, “desenvolvidas e sem grandes problemas rodoviários”.

Álvaro disse ainda, em entrevista ao ONgoma News, que os problemas de mobilidade existem em diferentes vertentes e a primeira faz parte da missão da Heetch como empresa, que é a questão da acessibilidade. “Nos dias de hoje, qualquer pessoa pode com um telemóvel encontrar uma viatura disponível nas suas imediações em questão de minutos, a um preço justo e aceitável. Nem toda população pode utilizar diariamente, mas qualquer um pode usar em momentos que realmente precisa e a acessibilidade é importantíssima”, referiu, citando também “a questão da segurança, saber que se está a entrar num carro cadastrado, com o motorista cadastrado e formado, e poder chegar ao seu destino sem problema nenhum e até partilhando a sua localização”.

O gestor destacou adiante “a questão da fiabilidade, que tem a ver com a necessidade de existir em todas áreas possíveis uma viatura próximo do utente, e considerou de seguida a actuação mercado como sendo muito positiva, principalmente olhando para o lado dos motoristas. “Oferecemos uma forma nova de trabalho para muitos profissionais na área, que trabalham a tempo inteiro com a plataforma e ganham o seu pão e das suas famílias. E na questão da formalização, há quem já começa a pagar os seus impostos, algo que antes não fazia e depois a possibilidade de fazer extras, para quem usa a plataforma como um trabalho complementar”, explicou a fonte.

Com essa parceria, os motoristas que trabalham com a aplicação vão passar a ter acesso a um plano corporativo específico, para facilitar o seu trabalho e para assegurar que nenhum cliente fique sem resposta. A Africell passa também a fornecer à Heetch serviços de telecomunicações empresariais a preços competitivos, designadamente, números pós-pagos e acesso à Internet  nos seus escritórios em Angola.

Em contrapartida, a Heetch vai disponibilizar nos seus veículos a opção de pagamento via Afrimoney e em breve na sua  plataforma, para que os passageiros possam pagar as suas viagens utilizando este serviço de transferência imediata de dinheiro.

Ainda, quer a Heetch, quer os seus motoristas, vão também passar a usar diariamente o Afrimoney para os pagamentos das suas  compras e de todos os serviços disponíveis na plataforma.

Sobre esse acordo, assinado na sede da Africell, Álvaro de Veciana expressou estar muito feliz, porque não foi fácil chegar até aqui, trabalhou-se muito para conseguir essa parceria com as duas equipas e procurar uma fórmula que fosse realmente beneficiante, particularmente para os seus motoristas, numa primeira fase, e no futuro para todos os passageiros. “E acredito que é o primeiro passo: criar um ecossistema entre duas empresas que partilham os mesmos valores, uma visão de fazer acontecer as coisas, o que é muito bom e vai dar muito mais no futuro”, manifestou.

Assinaram o acordo Álvaro de Veciana (director-geral da Heetch), Kátia da Conceição, directora-geral do Afrimoney, e Mário Nascimento, director corporate da Africell.

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