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“O Governo não deveria atacar o RAP, mas perceber o que motiva a escrever músicas de contestação”, considera Mona Dya Kidi

“O Governo não deveria atacar o RAP, mas perceber o que motiva a escrever músicas de contestação”, considera Mona Dya Kidi
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Andrade Lino

O rapper angolano Mona Dya Kidi considerou que o Governo não censura a forma de representatividade do RAP, mas o conteúdo, e por essa razão, apela a perceber o que realmente motiva a escrever músicas de contestação.

“Infelizmente, o nosso Governo censura a música RAP, não a forma de representatividade, mas o conteúdo, porque desperta a consciência, estimula as pessoas a terem uma posição social totalmente diferente, mas deveria é perceber que o que motiva a escrever músicas de contestação é a condição sócio-política a que os angolanos estão submetidos e, naturalmente, cada um expressa tudo aquilo que sente”, julgou, durante o evento de aniversário do Hip-Hop, comemorado a 11 de Agosto, organizado pela Universidade Hip-Hop e o Ritmo e as Palavras, no Chá de Caxinde, em Luanda.

O rapper, que confessou ao ONgoma News já ter sido impedido de realizar um concerto, em Novembro de 2011, no Elinga Teatro, em Luanda, repara que o boicote é um processo que se ensina impondo-se, “por isso o movimento não deve permitir esta forma de tratamento, de modo que evite normalizar aquilo que não é correcto”.

“Nós temos que continuar a contestar e levar isso em debates, encontrar meios alternativos para o fazer, não pode ser nos espaços deles, que facilitam o bloqueio. Já vi muitos artistas que foram barrados e realizaram o evento na rua. O Hip-Hop é alternativo”, encorajou.

Ao ser questionado sobre haver mudanças para a satisfação das expectativas dos angolanos, o também activista cívico afirmou não ver, porque, na sua opinião, só há mudança quando efectivamente se reflecte na vida das pessoas.

“Nós ainda não temos mudanças. Sinto que há força de vontade para se falar e uma tendência para se fazer. Entretanto, ainda não está a ser feita mudança, a economia não está diversificada, as pessoas ainda não estão empregadas, ainda existem pessoas nas ruas”, mirou, e observou que se não houver mudança de consciência, então, o restante permanecerá igual.

“O partido que lidera o país ainda não mudou a própria consciência, mesmo os cidadãos ainda precisam reeducar-se e reflectir sobre o tipo de Angola que teremos, qual é a educação que queremos dar aos nossos filhos. Por isso, sugiro coerência, lealdade, paz, compromisso, educação, partilha, identidade cultural, que são os valores que o angolano precisa cultivar, e se cultivarmos isso e assimilarmos, Angola transformar-se-á”, concluiu.

 

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Pedro Kididi

Jornalista

O rapper angolano Mona Dya Kidi considerou que o Governo não censura a forma de representatividade do RAP, mas o conteúdo, e por essa razão, apela a perceber o que realmente motiva a escrever músicas de contestação.

“Infelizmente, o nosso Governo censura a música RAP, não a forma de representatividade, mas o conteúdo, porque desperta a consciência, estimula as pessoas a terem uma posição social totalmente diferente, mas deveria é perceber que o que motiva a escrever músicas de contestação é a condição sócio-política a que os angolanos estão submetidos e, naturalmente, cada um expressa tudo aquilo que sente”, julgou, durante o evento de aniversário do Hip-Hop, comemorado a 11 de Agosto, organizado pela Universidade Hip-Hop e o Ritmo e as Palavras, no Chá de Caxinde, em Luanda.

O rapper, que confessou ao ONgoma News já ter sido impedido de realizar um concerto, em Novembro de 2011, no Elinga Teatro, em Luanda, repara que o boicote é um processo que se ensina impondo-se, “por isso o movimento não deve permitir esta forma de tratamento, de modo que evite normalizar aquilo que não é correcto”.

“Nós temos que continuar a contestar e levar isso em debates, encontrar meios alternativos para o fazer, não pode ser nos espaços deles, que facilitam o bloqueio. Já vi muitos artistas que foram barrados e realizaram o evento na rua. O Hip-Hop é alternativo”, encorajou.

Ao ser questionado sobre haver mudanças para a satisfação das expectativas dos angolanos, o também activista cívico afirmou não ver, porque, na sua opinião, só há mudança quando efectivamente se reflecte na vida das pessoas.

“Nós ainda não temos mudanças. Sinto que há força de vontade para se falar e uma tendência para se fazer. Entretanto, ainda não está a ser feita mudança, a economia não está diversificada, as pessoas ainda não estão empregadas, ainda existem pessoas nas ruas”, mirou, e observou que se não houver mudança de consciência, então, o restante permanecerá igual.

“O partido que lidera o país ainda não mudou a própria consciência, mesmo os cidadãos ainda precisam reeducar-se e reflectir sobre o tipo de Angola que teremos, qual é a educação que queremos dar aos nossos filhos. Por isso, sugiro coerência, lealdade, paz, compromisso, educação, partilha, identidade cultural, que são os valores que o angolano precisa cultivar, e se cultivarmos isso e assimilarmos, Angola transformar-se-á”, concluiu.

 

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