Entrevista

Tchissola Mosquito: “É muito difícil sobreviver sem patrocínios e sem políticas públicas que incentivem o investimento na cultura”

Tchissola Mosquito: “É muito difícil sobreviver sem patrocínios e sem políticas públicas que incentivem o investimento na cultura”
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Taça Cheia Podcast

Durante a sua participação no podcast Taça Cheia, apresentado pelo Jornalista Sebastião Vemba, a líder social e cultural Tchissola Mosquito reforçou a importância da educação e da cultura como pilares essenciais para o desenvolvimento de Angola. Fundadora da Associação VPA20/20 e da Ndongo Embaixada Criativa, Tchissola partilhou a sua visão sobre os desafios estruturais do sector e o potencial de impacto nas comunidades.

Recordando o período da pandemia, sublinhou que a COVID-19 obrigou à suspensão de várias iniciativas em Benguela e Namibe, mas acabou por impulsionar a criação da biblioteca móvel da VPA20/20, que continua a levar livros às periferias de Luanda. “Os livros físicos não são substituíveis pelos eletrónicos, são complementares”, afirmou, destacando o papel da leitura na formação intelectual dos jovens.

A dirigente evocou também o percurso da Ndongo Embaixada Criativa, galeria, livraria e biblioteca que encerrou em 2023 por falta de apoios, como exemplo das fragilidades do ecossistema cultural angolano. “É muito difícil sobreviver sem patrocínios e sem políticas públicas que incentivem o investimento na cultura”, lamentou.

Actualmente administradora delegada da Fundação BYA, ligada ao Banco BAI, Tchissola coordena projectos nos pilares de saúde, educação, desporto e cultura, com enfoque particular nas periferias e em aldeias fora de Luanda, reforçando o alcance social em zonas menos favorecidas.

Entre os temas em destaque, defendeu que a educação é vital para desfazer paradigmas coloniais e valorizar a identidade africana. “Ainda olhamos para o europeu de forma diferente do africano. É preciso educar, ler muito e levar a nossa cultura às escolas”, sublinhou.

O episódio abordou ainda a migração de jovens angolanos para o exterior, tema que Tchissola tratou com sensibilidade. Para si, trata-se de uma escolha pessoal que deve ser respeitada: “Os que vão sabem o que deixam, e os que ficam sabem porque ficam.”

A sua intervenção no Taça Cheia deixou claro que, para transformar a sociedade, é preciso investir onde tudo começa: na educação, na cultura e na capacidade de dar voz à criatividade angolana.

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Veloso de Almeida

Repórter

Veloso estudou Comunicação Social no Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA) e estagia como jornalista no portal ONgoma News.

Durante a sua participação no podcast Taça Cheia, apresentado pelo Jornalista Sebastião Vemba, a líder social e cultural Tchissola Mosquito reforçou a importância da educação e da cultura como pilares essenciais para o desenvolvimento de Angola. Fundadora da Associação VPA20/20 e da Ndongo Embaixada Criativa, Tchissola partilhou a sua visão sobre os desafios estruturais do sector e o potencial de impacto nas comunidades.

Recordando o período da pandemia, sublinhou que a COVID-19 obrigou à suspensão de várias iniciativas em Benguela e Namibe, mas acabou por impulsionar a criação da biblioteca móvel da VPA20/20, que continua a levar livros às periferias de Luanda. “Os livros físicos não são substituíveis pelos eletrónicos, são complementares”, afirmou, destacando o papel da leitura na formação intelectual dos jovens.

A dirigente evocou também o percurso da Ndongo Embaixada Criativa, galeria, livraria e biblioteca que encerrou em 2023 por falta de apoios, como exemplo das fragilidades do ecossistema cultural angolano. “É muito difícil sobreviver sem patrocínios e sem políticas públicas que incentivem o investimento na cultura”, lamentou.

Actualmente administradora delegada da Fundação BYA, ligada ao Banco BAI, Tchissola coordena projectos nos pilares de saúde, educação, desporto e cultura, com enfoque particular nas periferias e em aldeias fora de Luanda, reforçando o alcance social em zonas menos favorecidas.

Entre os temas em destaque, defendeu que a educação é vital para desfazer paradigmas coloniais e valorizar a identidade africana. “Ainda olhamos para o europeu de forma diferente do africano. É preciso educar, ler muito e levar a nossa cultura às escolas”, sublinhou.

O episódio abordou ainda a migração de jovens angolanos para o exterior, tema que Tchissola tratou com sensibilidade. Para si, trata-se de uma escolha pessoal que deve ser respeitada: “Os que vão sabem o que deixam, e os que ficam sabem porque ficam.”

A sua intervenção no Taça Cheia deixou claro que, para transformar a sociedade, é preciso investir onde tudo começa: na educação, na cultura e na capacidade de dar voz à criatividade angolana.

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