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Artistas homenageiam as mulheres em exposição colectiva

Artistas homenageiam as mulheres em exposição colectiva
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Andrade Lino

Está aberta desde a última sexta-feira, na Galeria Tamar Golan, da Fundação Arte e Cultura, na baixa de Luanda, a exposição colectiva dos artistas plásticos Clara Monteiro e Mumpasi Meso, denominada “Equilíbrio a quatro mãos”.

O projecto reúne catorze telas, onde os criadores recorrem a várias técnicas, viajando pelo surrealismo e trazendo à tona reflexões que, através da tinta e do pincel, procuram um fio condutor da vida, como fez Leonardo Da Vinci no seu manuscrito “Busque o Equilíbrio”, de acordo com o comunicado partilhado com a imprensa.

A exposição, que acontece ainda em alusão ao mês das mulheres, junta os dois artistas, cada um com duas mãos, mostrando pela arte a necessidade de haver um equilíbrio noutros sectores da sociedade, defendendo assim que o equilíbrio é percebido “quando o sector da composição e os elementos visuais, criando ritmo, encaixam-se harmoniosamente”.

Convidada para uma parceria com Mumpasi, Clara Monteiro exibe quadros que são o resto duma colecção existente há três anos.

“Conheci minimamente os trabalhos dele, porque ele não vive cá, vive no Brasil, mas com o pouco que eu conheci e estou a conhecer agora, vejo que ele é um artista que tem uma boa técnica, uma performance assim um pouco já evoluída”, declarou, em entrevista ao ONgoma News, tendo revelado que olhou para o convite com bom gosto, tanto mais que o projecto pretende também homenagear as mulheres.

A artista estampa nas suas obras o retrato da mulher, “o seu poder na natureza, uma mãe colhendo colher café com o filo nas costas, o retrato de Mwana Pwo, jovem guerreira”, sendo então uma forma de dizer às mulheres que devem e sempre batalhar para estarem no mesmo patamar, “quase ao nível do homem, merecendo sempre esse respeito dos companheiros e respeitando-os, mas é necessário a mulher aparecer” e ela aparece desta forma, na arte.

Das técnicas usadas, a também cantora usou a mistura do abstracto com o natural. “Eu gosto de distorcer as imagens para não parecer uma fotografia, usei muito o acrílico sobre tela e o óleo sobre tela”, disse.

Clara Monteiro, num balanço que faz sobre aquilo que as mulheres já conseguiram alcançar nos dias actuais, afirma que elas já estão a ter um outro destaque na sociedade, sendo que os olhos já estão mais abertos, havendo mulheres emponderadas, muitas que saíram do analfabetismo, já sabem ler e escrever.

“Há mulheres empreendedoras, têm os seus pequenos negócios, e tudo isso faz com que eu me sinta feliz, porque nós, as mulheres, estamos num bom caminho”, acrescentou.

Por sua vez, Mumpasi Meso, convidado pela galeria para juntar-se à Clara e ajudar a ilustrar o valor da mulher na sociedade, revelou que a sua preparação começou fora, na Holanda, onde esteve a participar de uma residência artística.

“Quando cheguei, comecei a fazer acabamento deste trabalho, comecei a utilizar os nossos panos africanos para mostrar nossa cultura”, disse, tendo afirmado que é um prazer ser partícipe da exposição.

Segundo o artista, o foco da mensagem é a nossa cultura africana, que clarifica com a nova técnica de tapeçaria que usa. Mas desta vez tentou usar mesmo pano, misturando com telas, o que “não foi fácil”, pois é um trabalho de pintura, corte e é susceptível errar no uso da tinta.

Por fim, Alfonsina Domingos, directora da Fundação Arte e Cultura, explicou que, como o nome da exposição já diz “Equilíbrio”, a organização quis equilibrar os géneros, unindo uma mulher com um homem, clareando que a escolha dos artistas foi aleatória.

Para além de ser um trabalho direccionado ao mês da mulher, a galeria foi criada com esse propósito que é proporcionar espaços àqueles artistas, quer do género masculino, quer do feminino, que queiram expor, disse a responsável.

O espaço está aberto a todos, desde que seja feita a solicitação com antecedência de dois meses. É um projecto sem fins lucrativos. Fundação Arte e Cultura visa promover a arte e a cultura nacional, bem como apoio a artistas em início de carreira e os artistas consagrados, esclareceu ainda Alfonsina Domingos.

A exposição fica patente ao público até ao dia 15 de Abril, podendo ser visitada de segunda-feira a sábado, entre as 12h30 e as 19h30.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

Está aberta desde a última sexta-feira, na Galeria Tamar Golan, da Fundação Arte e Cultura, na baixa de Luanda, a exposição colectiva dos artistas plásticos Clara Monteiro e Mumpasi Meso, denominada “Equilíbrio a quatro mãos”.

O projecto reúne catorze telas, onde os criadores recorrem a várias técnicas, viajando pelo surrealismo e trazendo à tona reflexões que, através da tinta e do pincel, procuram um fio condutor da vida, como fez Leonardo Da Vinci no seu manuscrito “Busque o Equilíbrio”, de acordo com o comunicado partilhado com a imprensa.

A exposição, que acontece ainda em alusão ao mês das mulheres, junta os dois artistas, cada um com duas mãos, mostrando pela arte a necessidade de haver um equilíbrio noutros sectores da sociedade, defendendo assim que o equilíbrio é percebido “quando o sector da composição e os elementos visuais, criando ritmo, encaixam-se harmoniosamente”.

Convidada para uma parceria com Mumpasi, Clara Monteiro exibe quadros que são o resto duma colecção existente há três anos.

“Conheci minimamente os trabalhos dele, porque ele não vive cá, vive no Brasil, mas com o pouco que eu conheci e estou a conhecer agora, vejo que ele é um artista que tem uma boa técnica, uma performance assim um pouco já evoluída”, declarou, em entrevista ao ONgoma News, tendo revelado que olhou para o convite com bom gosto, tanto mais que o projecto pretende também homenagear as mulheres.

A artista estampa nas suas obras o retrato da mulher, “o seu poder na natureza, uma mãe colhendo colher café com o filo nas costas, o retrato de Mwana Pwo, jovem guerreira”, sendo então uma forma de dizer às mulheres que devem e sempre batalhar para estarem no mesmo patamar, “quase ao nível do homem, merecendo sempre esse respeito dos companheiros e respeitando-os, mas é necessário a mulher aparecer” e ela aparece desta forma, na arte.

Das técnicas usadas, a também cantora usou a mistura do abstracto com o natural. “Eu gosto de distorcer as imagens para não parecer uma fotografia, usei muito o acrílico sobre tela e o óleo sobre tela”, disse.

Clara Monteiro, num balanço que faz sobre aquilo que as mulheres já conseguiram alcançar nos dias actuais, afirma que elas já estão a ter um outro destaque na sociedade, sendo que os olhos já estão mais abertos, havendo mulheres emponderadas, muitas que saíram do analfabetismo, já sabem ler e escrever.

“Há mulheres empreendedoras, têm os seus pequenos negócios, e tudo isso faz com que eu me sinta feliz, porque nós, as mulheres, estamos num bom caminho”, acrescentou.

Por sua vez, Mumpasi Meso, convidado pela galeria para juntar-se à Clara e ajudar a ilustrar o valor da mulher na sociedade, revelou que a sua preparação começou fora, na Holanda, onde esteve a participar de uma residência artística.

“Quando cheguei, comecei a fazer acabamento deste trabalho, comecei a utilizar os nossos panos africanos para mostrar nossa cultura”, disse, tendo afirmado que é um prazer ser partícipe da exposição.

Segundo o artista, o foco da mensagem é a nossa cultura africana, que clarifica com a nova técnica de tapeçaria que usa. Mas desta vez tentou usar mesmo pano, misturando com telas, o que “não foi fácil”, pois é um trabalho de pintura, corte e é susceptível errar no uso da tinta.

Por fim, Alfonsina Domingos, directora da Fundação Arte e Cultura, explicou que, como o nome da exposição já diz “Equilíbrio”, a organização quis equilibrar os géneros, unindo uma mulher com um homem, clareando que a escolha dos artistas foi aleatória.

Para além de ser um trabalho direccionado ao mês da mulher, a galeria foi criada com esse propósito que é proporcionar espaços àqueles artistas, quer do género masculino, quer do feminino, que queiram expor, disse a responsável.

O espaço está aberto a todos, desde que seja feita a solicitação com antecedência de dois meses. É um projecto sem fins lucrativos. Fundação Arte e Cultura visa promover a arte e a cultura nacional, bem como apoio a artistas em início de carreira e os artistas consagrados, esclareceu ainda Alfonsina Domingos.

A exposição fica patente ao público até ao dia 15 de Abril, podendo ser visitada de segunda-feira a sábado, entre as 12h30 e as 19h30.

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