Biografia

Carlos Burity: uma voz eterna do semba angolano

Carlos Burity: uma voz eterna do semba angolano
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Carlos Fernandes Burity Gaspar, conhecido artisticamente como Carlos Burity, nasceu a 14 de novembro de 1952, em Luanda, Angola, e faleceu a 12 de agosto de 2020, na mesma cidade, aos 67 anos. Reconhecido como um dos maiores nomes do semba angolano, Carlos Burity destacou-se especialmente no movimento conhecido como “Novo Semba”, que renovou a música popular de Angola.

A sua ligação à música começou ainda na adolescência, no Moxico, quando em 1968 integrou a formação pop–rock “Cinco mais um”, ao lado de Catarino Bárber e José Agostinho, este último do duo “Missosso”, com Filipe Mukenga. Já no início dos anos 70, tornou-se figura de destaque na Sede Social de S. Paulo, importante centro cultural de Luanda, participando como vocalista em agrupamentos consagrados como Kiezos, Negoleiros do Ritmo, África Show e Águias-Reais.

Em 1974, gravou com o Grupo Semba o seu primeiro single, incluindo os temas “Ixi Iami” e “Recado”, que rapidamente se tornaram ícones da música popular angolana. No mesmo ano, dividiu o palco com David Zé e Artur Nunes num grande espectáculo na Cidadela Desportiva de Luanda. Entre 1975 e 1976, lançou os singles “Inveja”, “Memória de Nelito”, o disco satírico “Especulador” e a canção “Desaparecimento de Moreno”, gravada com os Kiezos, consolidando a sua entrada no universo do semba de intervenção.

O ano de 1983 marcou um período importante da sua carreira, quando se juntou ao projecto Canto Livre de Angola, idealizado pelo cantor brasileiro Martinho da Vila e pelo empresário Fernando Faro. Este projecto levou músicos angolanos ao Brasil e incluiu a participação no LP “Semba Tropical in London”, onde Burity interpretou com sucesso os temas “Mon’ami” e “Tona kaxi”.

Após um período menos activo, Burity regressou em 1991 com o álbum AngolaRitmo, seguindo-se trabalhos como Carolina (1992), Massemba (1996), Uanga (1998), Zuela ó Kidi (2002), Paxi Iami (2006) e Malalanza (2010). Entre os seus maiores sucessos destacam-se “Malalanza”, “Tia Joaquina”, “Paxi Iami” e “Canção Nostalgia”.

Carlos Burity deixou um legado profundo na cultura angolana, sendo lembrado não apenas pela sua voz marcante, mas também pela sua capacidade de inovar no semba e de integrar crítica social e intervenção nas suas músicas. O Governo angolano considerou a sua perda um golpe para a cultura nacional, sublinhando a importância do seu contributo para a música e para a identidade cultural de Angola.

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Veloso de Almeida

Repórter

Veloso estudou Comunicação Social no Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA) e estagia como jornalista no portal ONgoma News.

Carlos Fernandes Burity Gaspar, conhecido artisticamente como Carlos Burity, nasceu a 14 de novembro de 1952, em Luanda, Angola, e faleceu a 12 de agosto de 2020, na mesma cidade, aos 67 anos. Reconhecido como um dos maiores nomes do semba angolano, Carlos Burity destacou-se especialmente no movimento conhecido como “Novo Semba”, que renovou a música popular de Angola.

A sua ligação à música começou ainda na adolescência, no Moxico, quando em 1968 integrou a formação pop–rock “Cinco mais um”, ao lado de Catarino Bárber e José Agostinho, este último do duo “Missosso”, com Filipe Mukenga. Já no início dos anos 70, tornou-se figura de destaque na Sede Social de S. Paulo, importante centro cultural de Luanda, participando como vocalista em agrupamentos consagrados como Kiezos, Negoleiros do Ritmo, África Show e Águias-Reais.

Em 1974, gravou com o Grupo Semba o seu primeiro single, incluindo os temas “Ixi Iami” e “Recado”, que rapidamente se tornaram ícones da música popular angolana. No mesmo ano, dividiu o palco com David Zé e Artur Nunes num grande espectáculo na Cidadela Desportiva de Luanda. Entre 1975 e 1976, lançou os singles “Inveja”, “Memória de Nelito”, o disco satírico “Especulador” e a canção “Desaparecimento de Moreno”, gravada com os Kiezos, consolidando a sua entrada no universo do semba de intervenção.

O ano de 1983 marcou um período importante da sua carreira, quando se juntou ao projecto Canto Livre de Angola, idealizado pelo cantor brasileiro Martinho da Vila e pelo empresário Fernando Faro. Este projecto levou músicos angolanos ao Brasil e incluiu a participação no LP “Semba Tropical in London”, onde Burity interpretou com sucesso os temas “Mon’ami” e “Tona kaxi”.

Após um período menos activo, Burity regressou em 1991 com o álbum AngolaRitmo, seguindo-se trabalhos como Carolina (1992), Massemba (1996), Uanga (1998), Zuela ó Kidi (2002), Paxi Iami (2006) e Malalanza (2010). Entre os seus maiores sucessos destacam-se “Malalanza”, “Tia Joaquina”, “Paxi Iami” e “Canção Nostalgia”.

Carlos Burity deixou um legado profundo na cultura angolana, sendo lembrado não apenas pela sua voz marcante, mas também pela sua capacidade de inovar no semba e de integrar crítica social e intervenção nas suas músicas. O Governo angolano considerou a sua perda um golpe para a cultura nacional, sublinhando a importância do seu contributo para a música e para a identidade cultural de Angola.

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