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Especial Eleições. Meios de comunicação passam de quarto poder para “quarto do poder”, critica Carlinho Zassala

Especial Eleições. Meios de comunicação passam de quarto poder para “quarto do poder”, critica Carlinho Zassala
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Os órgão de comunicação social em Angola perderam o papel de “quarto poder” e passaram para “quarto do poder”, criticou, de forma irónica, o psicólogo e antigo político angolano Carlinho Zassala.

Em entrevista exclusiva ao ONgoma News, cuja parte principal foi publicada na semana passada, o também investigador científico afirmou que não partilha da posição tomada pelos órgãos de Comunicação Social na cobertura das pré-campanhas do partidos. “Eu, como professor de Psicologia Social, publiquei uma obra  de referência  e considero, por isso, a Comunicação Social como uma máquina poderosa  na formação e mudança  de atitudes. Ora, é com base nessa força que a imprensa tem de formar e mudar atitudes. Em muitos países, os órgãos de Comunicação Social são considerados de 4º poder , mas lamentavelmente os nossos  órgãos não exercem  essa função de 4º poder, mas a de quarto do poder”, ironizou Carlinho Zassala.

“Cheguei à conclusão de que, apesar  de ter  cumprido uma missão patriótica - fui guerrilheiro da UPA, sou antigo combatente -, fiquei decepcionado ao verificar que, em muitas organizações políticas, não se faz política, mas sim politiquice, e eu não concordo, não me simpatizo com isso. 

Questionado sobre as razões da sua retirada da arena político-partidária, o cientista social justificou que se afastou por ter chegado à conclusão de que a sua exposição política afectava o seu trabalho académico.  “Cheguei à conclusão de que, apesar  de ter  cumprido uma missão patriótica - fui guerrilheiro da UPA, sou antigo combatente -, fiquei decepcionado ao verificar que, em muitas organizações políticas, não se faz política, mas sim politiquice, e eu não concordo, não me simpatizo com isso.  As afiliações partidárias  só mancham a minha vertente  académica e científica. Quando, por exemplo,  alguns políticos  obrigam   cientistas a contrariar a ciência, não posso concordar”.

Para Carlinho Zassala, os comités de especialidade  “são uma invenção angolana” e servem apenas para bajular os líderes, em vez de apresentar contributos científicos que auxiliem na criação de políticas públicas e na governação em si.

“Mesmo no tempo de Mobutu, em Kinshasa, existiam esses comités, mas integravam  cientistas  no sentido  de ajudar o Governo  a resolver  problemas técnico-científicos  e não no sentido  de reunir  um conjunto de fanáticos, bajuladores. Mas quando  estamos lá para mostrar que uma certa decisão não coincide com os conhecimentos científicos e, portanto,  devia ser de outro jeito, isso sim é benéfico. Mobutu, por exemplo,  não tinha  uma formação universitária, mas quando falava nos grandes fóruns  internacionais  fazia  tremer os participantes porque  são esses comités  que trabalhavam  com ele. Mas comités que orientam e não desorientam”.

Com Venâncio Chambumba

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Sebastião Vemba

Fundador e Director Editorial do ONgoma News

Jornalista, apaixonado pela escrita, fotografia e artes visuais. Tem interesses nas novas medias, formação e desenvolvimento comunitário.

Os órgão de comunicação social em Angola perderam o papel de “quarto poder” e passaram para “quarto do poder”, criticou, de forma irónica, o psicólogo e antigo político angolano Carlinho Zassala.

Em entrevista exclusiva ao ONgoma News, cuja parte principal foi publicada na semana passada, o também investigador científico afirmou que não partilha da posição tomada pelos órgãos de Comunicação Social na cobertura das pré-campanhas do partidos. “Eu, como professor de Psicologia Social, publiquei uma obra  de referência  e considero, por isso, a Comunicação Social como uma máquina poderosa  na formação e mudança  de atitudes. Ora, é com base nessa força que a imprensa tem de formar e mudar atitudes. Em muitos países, os órgãos de Comunicação Social são considerados de 4º poder , mas lamentavelmente os nossos  órgãos não exercem  essa função de 4º poder, mas a de quarto do poder”, ironizou Carlinho Zassala.

“Cheguei à conclusão de que, apesar  de ter  cumprido uma missão patriótica - fui guerrilheiro da UPA, sou antigo combatente -, fiquei decepcionado ao verificar que, em muitas organizações políticas, não se faz política, mas sim politiquice, e eu não concordo, não me simpatizo com isso. 

Questionado sobre as razões da sua retirada da arena político-partidária, o cientista social justificou que se afastou por ter chegado à conclusão de que a sua exposição política afectava o seu trabalho académico.  “Cheguei à conclusão de que, apesar  de ter  cumprido uma missão patriótica - fui guerrilheiro da UPA, sou antigo combatente -, fiquei decepcionado ao verificar que, em muitas organizações políticas, não se faz política, mas sim politiquice, e eu não concordo, não me simpatizo com isso.  As afiliações partidárias  só mancham a minha vertente  académica e científica. Quando, por exemplo,  alguns políticos  obrigam   cientistas a contrariar a ciência, não posso concordar”.

Para Carlinho Zassala, os comités de especialidade  “são uma invenção angolana” e servem apenas para bajular os líderes, em vez de apresentar contributos científicos que auxiliem na criação de políticas públicas e na governação em si.

“Mesmo no tempo de Mobutu, em Kinshasa, existiam esses comités, mas integravam  cientistas  no sentido  de ajudar o Governo  a resolver  problemas técnico-científicos  e não no sentido  de reunir  um conjunto de fanáticos, bajuladores. Mas quando  estamos lá para mostrar que uma certa decisão não coincide com os conhecimentos científicos e, portanto,  devia ser de outro jeito, isso sim é benéfico. Mobutu, por exemplo,  não tinha  uma formação universitária, mas quando falava nos grandes fóruns  internacionais  fazia  tremer os participantes porque  são esses comités  que trabalhavam  com ele. Mas comités que orientam e não desorientam”.

Com Venâncio Chambumba

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