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Jovens angolanos que criaram fertilizantes à base de frutas e verduras pretendem reduzir custos na importação de adubo

Jovens angolanos que criaram fertilizantes à base de frutas e verduras pretendem reduzir custos na importação de adubo
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Andrade Lino

Dois jovens angolanos criaram fertilizantes à base de matéria-prima perecível, como restos de frutas, verduras, borra de café e palha, de tal forma a ajudarem no crescimento das plantas, a rejuvenescer os solos, bem como na redução da quantidade de lixo produzido no país. 

O projecto criado pelos empreendedores Xavier Diogo e Dória Paulo, em consórcio com um engenheiro agrónomo, denominado “Colela”, que na língua nacional angolana umbundu quer dizer “acreditar”, surge na tentativa de ajudar a produção agrícola e reduzir os custos na importação de fertilizantes.

“Angola é um pais que produz muito lixo, nós temos muito terreno e a agricultura  é a base de muitas economias. Se pegarmos naquilo que é considerado lixo orgânico, conseguimos produzir fertilizantes e estes vão ajudar na produção agrícola, porque a produção tem caído, os camponeses estão sempre a reclamar que não há produção por falta de fertilizantes. Ajudamos também a diminuir as importações de fertilizantes, bem como a criar mais postos de trabalho e a reduzir o lixo”, explicou Xavier Diogo, em entrevista ao ONgoma News. 

Segundo as fontes, diferente de outros fertilizantes químicos que matam os solos, a Colela Fertilizantes produz adubo com base em matéria orgânica, capaz de rejuvenescer os solos e garantir a agricultura familiar e o meio ambiente.

“O nosso produto ajuda a rejuvenescer os solos. Utiliza-se água e também outros fertilizantes líquidos para irrigar a terra. A Colela pega em lixo orgânico e transforma em fertilizantes. Diariamente, nas casas e nos restaurantes, temos muitas cascas de banana deitadas fora. A Colela aproveita a borra de café que os restaurantes deitam, juntamente com a palha e outros materiais, aqueles que a população considera lixo”, afirmou ainda o responsável. 

Xavier Diogo, co-fundador da Colela

O co-fundador do projecto acrescentou então que a matéria-prima sofre um processo de transformação natural sem usar nenhum produto químico, sendo que depois de algum tempo surge o fertilizante sólido, sem cheiro e outro em líquido, este que serve para regar as plantas e é extraído do mesmo processo.

“Para meio litro, podemos misturar com dois litros de água”, continuou Xavier. A startup, que esteve exposta no fórum anual sobre tecnologia “Angotic 2018”, possui como meta conseguir patrocínios para pelo menos ajudar na compra de uma trituradora que possibilite a produção em grande quantidade e dar suporte à agricultura industrial.

Em função disso, referem os criadores, devido à falta de investimento, produz-se pouca quantidade, para somente a agricultura familiar. “De momento, devido à pouca quantidade, nós estamos a operar ainda na agricultura familiar. Já fizemos teste em uma residência onde se produziu rama de batata e em menos de um mês aquilo brotou e já se consumiu, também é útil para plantas de jardins”, revelou, tendo clareado que a empresa encontra-se em fase promocional, e sendo assim não está a vender os produtos.

“Estamos em busca de investimento para comprar materiais, precisamos de trituradora para produzir com mais quantidade, ainda produzimos a manual”, reforçou, e relevou que ajudando o país na agricultura, eles estarão a ajudar famílias na alimentação, no trabalho e a agricultura industrial.

“Nós verificamos que já há algum tempo que a agricultura familiar tinha muita base na economia, mas depois baixou.”, concluiu.

 

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Pedro Kididi

Jornalista

Dois jovens angolanos criaram fertilizantes à base de matéria-prima perecível, como restos de frutas, verduras, borra de café e palha, de tal forma a ajudarem no crescimento das plantas, a rejuvenescer os solos, bem como na redução da quantidade de lixo produzido no país. 

O projecto criado pelos empreendedores Xavier Diogo e Dória Paulo, em consórcio com um engenheiro agrónomo, denominado “Colela”, que na língua nacional angolana umbundu quer dizer “acreditar”, surge na tentativa de ajudar a produção agrícola e reduzir os custos na importação de fertilizantes.

“Angola é um pais que produz muito lixo, nós temos muito terreno e a agricultura  é a base de muitas economias. Se pegarmos naquilo que é considerado lixo orgânico, conseguimos produzir fertilizantes e estes vão ajudar na produção agrícola, porque a produção tem caído, os camponeses estão sempre a reclamar que não há produção por falta de fertilizantes. Ajudamos também a diminuir as importações de fertilizantes, bem como a criar mais postos de trabalho e a reduzir o lixo”, explicou Xavier Diogo, em entrevista ao ONgoma News. 

Segundo as fontes, diferente de outros fertilizantes químicos que matam os solos, a Colela Fertilizantes produz adubo com base em matéria orgânica, capaz de rejuvenescer os solos e garantir a agricultura familiar e o meio ambiente.

“O nosso produto ajuda a rejuvenescer os solos. Utiliza-se água e também outros fertilizantes líquidos para irrigar a terra. A Colela pega em lixo orgânico e transforma em fertilizantes. Diariamente, nas casas e nos restaurantes, temos muitas cascas de banana deitadas fora. A Colela aproveita a borra de café que os restaurantes deitam, juntamente com a palha e outros materiais, aqueles que a população considera lixo”, afirmou ainda o responsável. 

Xavier Diogo, co-fundador da Colela

O co-fundador do projecto acrescentou então que a matéria-prima sofre um processo de transformação natural sem usar nenhum produto químico, sendo que depois de algum tempo surge o fertilizante sólido, sem cheiro e outro em líquido, este que serve para regar as plantas e é extraído do mesmo processo.

“Para meio litro, podemos misturar com dois litros de água”, continuou Xavier. A startup, que esteve exposta no fórum anual sobre tecnologia “Angotic 2018”, possui como meta conseguir patrocínios para pelo menos ajudar na compra de uma trituradora que possibilite a produção em grande quantidade e dar suporte à agricultura industrial.

Em função disso, referem os criadores, devido à falta de investimento, produz-se pouca quantidade, para somente a agricultura familiar. “De momento, devido à pouca quantidade, nós estamos a operar ainda na agricultura familiar. Já fizemos teste em uma residência onde se produziu rama de batata e em menos de um mês aquilo brotou e já se consumiu, também é útil para plantas de jardins”, revelou, tendo clareado que a empresa encontra-se em fase promocional, e sendo assim não está a vender os produtos.

“Estamos em busca de investimento para comprar materiais, precisamos de trituradora para produzir com mais quantidade, ainda produzimos a manual”, reforçou, e relevou que ajudando o país na agricultura, eles estarão a ajudar famílias na alimentação, no trabalho e a agricultura industrial.

“Nós verificamos que já há algum tempo que a agricultura familiar tinha muita base na economia, mas depois baixou.”, concluiu.

 

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