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Mentoria

O “ABC do Empreendedorismo” de Lúcia Stanislas

O “ABC do Empreendedorismo” de Lúcia Stanislas
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Sebastião Vemba

Lúcia Stanislas é hoje um nome incontornável no ainda embrionário mas crescente ecossistema de empreendedorismo em Angola, particularmente quando se trata de mentoria de novos empreendedores ou de promoção do empreendedorismo feminino. Recentemente, trouxe a Luanda o WED  (Women’s Entrepreneurship Day), mas foi na primeira Feira de Empreendedorismo Feminino (FEF) de Angola que foi desafiada a “soletrar” o ABC do empreendedorismo, de A a Z, que o ONgoma partilha abaixo, com algumas adaptações.    

Arte – As ideias de negócios devem surgir através de processos criativos.

Busca – Depois de termos uma ideia, devemos lançar-nos num processo de busca de conhecimento e ferramentas para começar a materializar a ideia.

Conceito – Diz respeito ao processo de criar um conceito à volta das ideais ou da ideia que temos sobre o negócio.  As ideias têm que ser bem estruturadas ao ponto de nós podermos partilhá-las com o mercado de forma clara e convincente.

Desenvolvimento – Nesta fase o conceito começa a movimentar-se. Ou seja, inicia-se o desenvolvimento do negócio, que é transferido da nossa cabeça para algo material, mediante passos previamente definidos.

Estratégia – É o enquadramento ou definição dos passos para chegar-se ao “Objectivo Traçado”. Nessa fase é bom que pensemos no modelo de negócio, que responde a uma pergunta simples: Como vai fazer dinheiro? Essa é uma pergunta fulcral na fase de desenvolvimento.

Foco/Fundação: “Deve-se ter foco na visão, na missão e nos valores. Os alicerces são fundamentais para os negócios. Se vamos construir uma casa, devemos começar pelos alicerces, senão ela cai. Se passarmos muito tempo a preparar os alicerces onde vamos desenvolver o negócio, melhor, porque eles devem ser bastante fortes. Devemos esperar o tempo suficiente para que a semente lançada ao solo germine. É nesta fase que devemos usar o músculo da persistência, porque só nós, enquanto empreendedores, sabemos que a semente vai germinar, porque não apoiamos as nossas ideias simplesmente em emoções. Pelo contrário, temos um conceito e uma estratégia à volta dela.  É importante que nesta fase estejamos com os pés firmes no chão, porque estamos a criar as fundações onde o nosso negócio vai prosperar e tornar-se auto-suficiente”.

Gestão – Todos nós somos gestores, mas nem todos desenvolvemos essa habilidade. A gestão está em todos os aspectos da nossa vida e tem a ver com o planeamento e controlo constante do negócio.

Humanização - Tem a ver com o processo de humanizar o negócio e criar autenticidade. “No meu dia-a-dia convivo com muitos homens e, sempre que eu tenho reuniões muito sérias, faço questão de usar ou saia ou vestido para que eu não me esqueça de quem sou. A  isso também se chama de humanização dos negócios. Enquanto gestores, não precisamos fugir das nossas emoções, embora o mundo não goste disso”.

Integração – Diz respeito à integração de todas as partes que sejam necessárias para o negócio.  Tem a ver também com a sistematização dos recursos e dos processos, o que possibilita que o gestor desempenhe várias funções e que o negócio não pare na sua ausência.

Jargão – Deve-se conhecer a linguagem característica do grupo profissional ou área de negócio a que estamos relacionados. “O que falamos influencia a forma como pensamos.  Quando criamos um vocabulário que tem a ver com a nossa actividade de negócio ou profissional, mas facilmente entramos no mundo dos negócios que  desenvolvemos. Mas isso não cai dos Céus. Temos que pesquisar e estudar”. 

Liderança – Deve ser construída com base na verdade e na confiança, e consiste também em garantir que a equipa respira a visão da empresa ou organização.

Mentalidade – O empreendedor deve moldar a sua mentalidade para os negócios. Deve estar preparado para mudança contínua e reforçar a sua capacidade de adaptabilidade às circunstâncias, incluindo o inesperados.

Novos horizontes – O empreendedor deve procurar sempre novas oportunidades de parcerias e de negócios.

Operação  - Ponha a mão na massa para fazer as coisas acontecer. Este passo diz ainda respeito à produtividade. “Produz todos os dias, mas estabelece prioridade. Faz o essencial um dia de cada vez”.

Partilha – “Deve-se ter a mentalidade de partilhar o produto ao mercado como algo de nós e não apenas como um produto. Temos que pensar também nos benefícios sociais que os nossos produtos oferecem”. 

Quando – “É  muito importante que nesta fase aprendamos a estabelecer com os prazos. Devemos ser rigorosos no cumprimento dos prazos”.

Recursos – Saber usar de forma eficiente os recursos que temos disponíveis é fundamental para a sobrevivência dos negócios, principalmente quando se estava numa fase de arranque.

Sustentabilidade -  Consiste em não perder de vista a visão e missão da empresa, onde estão os alicerces do negócio.

Transformar a teoria em prática – Não basta ter ideias, é necessário tirá-las da teoria para a prática.

Útero – “É uma dádiva, particularmente para nós mulheres, e significa ter a mentalidade de que conseguimos dar a luz a ideias e conseguimos criá-las até se tornarem grandes”.

Vida- “Deve-se dar vida ao negócio. Não podemos criar negócios zumbis. Tem a ver também com a cultura empresarial e com a motivação diária que devemos ter para com os negócios”, independente das adversidades que possam surgir.

X – É o símbolo do “Eliminar”, e lembra-nos de que devemos eliminar os elementos desnecessários ao negócio e à sua saúde. 

Zen, "porque precisamos de descansar. Os negócios desgastam-nos. Logo, temos que aprender a cuidar de nós. A calma é um recurso muito importante para os empreendedores".

Perfil

Lúcia Stanislas, de 37 anos, despertou para o empreendedorismo  ainda muito nova, foi nos Estados Unidos da América que começou a dar corpo às suas ideias. Natural do Kwanza Norte, dedica-se, actualmente, à gestão de vários negócios, em diversas áreas, desde a prestação de serviços à indústria.

Dentro do programa de liderança, Lúcia desenvolve uma plataforma de mentorização, de nome “Kusokwela Gás”. A primeira palavra, “Kusokwela”, significa “plantar sementes” na língua nacional kimbundu.

“O objectivo é dar força, um espírito progressista, e forma cada vez mais a esta plataforma, com a visão de haver um grupo considerável de jovens que tenham estratégias claras e tácticas que resultem no crescimento dos seus negócios e que se tornem profissionais líderes que detêm padrões nacionais para terem sucesso, não só em Angola, mas também fora do país”, clareou, e acrescentou que, “o impacto que se pretende criar é na esfera sócio-económica. Mas, o “Kusokwela” começa por focar na pessoa e ajuda os mentorados a fazerem uma busca daquilo que gostam de fazer, e passando por esse processo de plantar sementes, eles fazem crescer suas habilidades e competências”, disse, numa entrevista recente ao Acelera Angola.

 

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Sebastião Vemba

Fundador e Director Editorial do ONgoma News

Jornalista, apaixonado pela escrita, fotografia e artes visuais. Tem interesses nas novas medias, formação e desenvolvimento comunitário.

Lúcia Stanislas é hoje um nome incontornável no ainda embrionário mas crescente ecossistema de empreendedorismo em Angola, particularmente quando se trata de mentoria de novos empreendedores ou de promoção do empreendedorismo feminino. Recentemente, trouxe a Luanda o WED  (Women’s Entrepreneurship Day), mas foi na primeira Feira de Empreendedorismo Feminino (FEF) de Angola que foi desafiada a “soletrar” o ABC do empreendedorismo, de A a Z, que o ONgoma partilha abaixo, com algumas adaptações.    

Arte – As ideias de negócios devem surgir através de processos criativos.

Busca – Depois de termos uma ideia, devemos lançar-nos num processo de busca de conhecimento e ferramentas para começar a materializar a ideia.

Conceito – Diz respeito ao processo de criar um conceito à volta das ideais ou da ideia que temos sobre o negócio.  As ideias têm que ser bem estruturadas ao ponto de nós podermos partilhá-las com o mercado de forma clara e convincente.

Desenvolvimento – Nesta fase o conceito começa a movimentar-se. Ou seja, inicia-se o desenvolvimento do negócio, que é transferido da nossa cabeça para algo material, mediante passos previamente definidos.

Estratégia – É o enquadramento ou definição dos passos para chegar-se ao “Objectivo Traçado”. Nessa fase é bom que pensemos no modelo de negócio, que responde a uma pergunta simples: Como vai fazer dinheiro? Essa é uma pergunta fulcral na fase de desenvolvimento.

Foco/Fundação: “Deve-se ter foco na visão, na missão e nos valores. Os alicerces são fundamentais para os negócios. Se vamos construir uma casa, devemos começar pelos alicerces, senão ela cai. Se passarmos muito tempo a preparar os alicerces onde vamos desenvolver o negócio, melhor, porque eles devem ser bastante fortes. Devemos esperar o tempo suficiente para que a semente lançada ao solo germine. É nesta fase que devemos usar o músculo da persistência, porque só nós, enquanto empreendedores, sabemos que a semente vai germinar, porque não apoiamos as nossas ideias simplesmente em emoções. Pelo contrário, temos um conceito e uma estratégia à volta dela.  É importante que nesta fase estejamos com os pés firmes no chão, porque estamos a criar as fundações onde o nosso negócio vai prosperar e tornar-se auto-suficiente”.

Gestão – Todos nós somos gestores, mas nem todos desenvolvemos essa habilidade. A gestão está em todos os aspectos da nossa vida e tem a ver com o planeamento e controlo constante do negócio.

Humanização - Tem a ver com o processo de humanizar o negócio e criar autenticidade. “No meu dia-a-dia convivo com muitos homens e, sempre que eu tenho reuniões muito sérias, faço questão de usar ou saia ou vestido para que eu não me esqueça de quem sou. A  isso também se chama de humanização dos negócios. Enquanto gestores, não precisamos fugir das nossas emoções, embora o mundo não goste disso”.

Integração – Diz respeito à integração de todas as partes que sejam necessárias para o negócio.  Tem a ver também com a sistematização dos recursos e dos processos, o que possibilita que o gestor desempenhe várias funções e que o negócio não pare na sua ausência.

Jargão – Deve-se conhecer a linguagem característica do grupo profissional ou área de negócio a que estamos relacionados. “O que falamos influencia a forma como pensamos.  Quando criamos um vocabulário que tem a ver com a nossa actividade de negócio ou profissional, mas facilmente entramos no mundo dos negócios que  desenvolvemos. Mas isso não cai dos Céus. Temos que pesquisar e estudar”. 

Liderança – Deve ser construída com base na verdade e na confiança, e consiste também em garantir que a equipa respira a visão da empresa ou organização.

Mentalidade – O empreendedor deve moldar a sua mentalidade para os negócios. Deve estar preparado para mudança contínua e reforçar a sua capacidade de adaptabilidade às circunstâncias, incluindo o inesperados.

Novos horizontes – O empreendedor deve procurar sempre novas oportunidades de parcerias e de negócios.

Operação  - Ponha a mão na massa para fazer as coisas acontecer. Este passo diz ainda respeito à produtividade. “Produz todos os dias, mas estabelece prioridade. Faz o essencial um dia de cada vez”.

Partilha – “Deve-se ter a mentalidade de partilhar o produto ao mercado como algo de nós e não apenas como um produto. Temos que pensar também nos benefícios sociais que os nossos produtos oferecem”. 

Quando – “É  muito importante que nesta fase aprendamos a estabelecer com os prazos. Devemos ser rigorosos no cumprimento dos prazos”.

Recursos – Saber usar de forma eficiente os recursos que temos disponíveis é fundamental para a sobrevivência dos negócios, principalmente quando se estava numa fase de arranque.

Sustentabilidade -  Consiste em não perder de vista a visão e missão da empresa, onde estão os alicerces do negócio.

Transformar a teoria em prática – Não basta ter ideias, é necessário tirá-las da teoria para a prática.

Útero – “É uma dádiva, particularmente para nós mulheres, e significa ter a mentalidade de que conseguimos dar a luz a ideias e conseguimos criá-las até se tornarem grandes”.

Vida- “Deve-se dar vida ao negócio. Não podemos criar negócios zumbis. Tem a ver também com a cultura empresarial e com a motivação diária que devemos ter para com os negócios”, independente das adversidades que possam surgir.

X – É o símbolo do “Eliminar”, e lembra-nos de que devemos eliminar os elementos desnecessários ao negócio e à sua saúde. 

Zen, "porque precisamos de descansar. Os negócios desgastam-nos. Logo, temos que aprender a cuidar de nós. A calma é um recurso muito importante para os empreendedores".

Perfil

Lúcia Stanislas, de 37 anos, despertou para o empreendedorismo  ainda muito nova, foi nos Estados Unidos da América que começou a dar corpo às suas ideias. Natural do Kwanza Norte, dedica-se, actualmente, à gestão de vários negócios, em diversas áreas, desde a prestação de serviços à indústria.

Dentro do programa de liderança, Lúcia desenvolve uma plataforma de mentorização, de nome “Kusokwela Gás”. A primeira palavra, “Kusokwela”, significa “plantar sementes” na língua nacional kimbundu.

“O objectivo é dar força, um espírito progressista, e forma cada vez mais a esta plataforma, com a visão de haver um grupo considerável de jovens que tenham estratégias claras e tácticas que resultem no crescimento dos seus negócios e que se tornem profissionais líderes que detêm padrões nacionais para terem sucesso, não só em Angola, mas também fora do país”, clareou, e acrescentou que, “o impacto que se pretende criar é na esfera sócio-económica. Mas, o “Kusokwela” começa por focar na pessoa e ajuda os mentorados a fazerem uma busca daquilo que gostam de fazer, e passando por esse processo de plantar sementes, eles fazem crescer suas habilidades e competências”, disse, numa entrevista recente ao Acelera Angola.

 

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