Depois da pandemia, “que afectou todo mundo e só alguns poucos sectores não devem ter ressentido”, o músico Toty Sa´Med considera que os artistas estiveram na cauda desse comboio e infelizmente sofreram muitas consequências directas, mas defende a necessidade de se produzir mais, porque “felizmente as pessoas já podem sair à rua e ir a concertos que não conseguiram durante quase dois anos”.
Por essa razão, o cantor e multi-instrumentista considera que já não resta reclamar, tem que se produzir mais, reforçou, lembrando que escreveu o seu álbum durante a pandemia, querendo dizer que “não foram só coisas más”, ou seja, houve financeiramente um impacto muito grande, mas clareia que em termos criativos houve muito mais tempo, “mais espaço para criar e não estar tão preocupado em estar na estrada constantemente a produzir espectáculos, mas sim a produzir músicas novas para o público”.
Em entrevista ao ONgoma News, no final da conferência de imprensa de apresentação do Festival Caixa Fado 2023, uma promoção do Banco Caixa Geral Angola, evento a acontecer em Outubro próximo e do qual é rosto de cartaz, Toty, quem tem “Moxi” disponível desde o ano passado, reconhece ter um “defeito”, uma característica sua muito marcante de não lançar muitas coisas. Entretanto, acredita que este ano as coisas vão mudar muito. “Vou começar a lançar mais músicas que estavam guardadas”, garantiu.
Em relação ao álbum, partilhou que a recepção está a correr muito bem, tendo recordado que é um álbum que junta culturas que foi bebendo do mundo todo. “Fiz a cultura americana e a cultura brasileira, e com dois pés e as raízes bem assentes da nossa terra, da nossa cultura. Portanto, é esta simbiose também de ir buscar essas minhas influências internacionais”, explicou.
Ainda nesse diapasão, o também produtor musical reparou que as pessoas obviamente gostam muito do álbum porque sentem que o projecto “toca vários públicos, de várias idades”, e para ele é uma honra estar a apresentar o seu álbum e a divulgar aqui em Angola, pois “não existe nada que faça mais sentido do que apresentar o álbum à terra que o inspirou”.
Artista alternativo, a fonte revelou que se surpreende todos os dias com a recepção das pessoas, sendo que a sua música é às vezes considerada como sendo “um pouco difícil de se ouvir”, apesar de ser uma fama que não procede quando as pessoas têm contacto com ela, pois “percebem que na verdade as músicas são bastante simples, terra a terra”.
“E sinto que essa mudança tem a ver com o acesso que as pessoas têm, em função daquilo que tem sido mais divulgado. Tem a ver também com a necessidade de uma atitude minha de divulgar mais de forma agressiva. Nós vemos na era das redes sociais que nos é exigido uma certa agressividade em termos de comunicação. Eu sempre fui uma pessoa muito soft, então acredito que seja por isso que as pessoas agora estejam a descobrir e eu esteja a descobrir também fãs. Todos os dias descubro fãs. Às vezes vou a uma praça ou um mercado e de repente as pessoas gritam pelo meu nome, e eu nem tinha a noção”, contou.
A sua primeira aparição numa das edições do festival foi apenas como convidado da cantora Ana Moura, para ajudá-la a demonstrar o seu lado mais angolano, esclareceu Toty, que dessa vez almeja fazer o mesmo trajecto, porém de forma inversa, ou seja, “a partir de Angola olhar para o repertório português”.
É então essa simbiose, entre a ponte aérea de Portugal e Angola, entre Luanda e Lisboa, que pretende levar para o festival que, para além de si, junta nomes nacionais como Pérola, Selda e Bevy Jackson aos fadistas internacionais portugueses Camané, Cuca Roseta, Marco Rodrigues, Gisela João, Ricardo Ribeiro e Lenita Gentil, no Centro de Conferência de Belas, em Luanda.
*Com Georgina Ferreira
Depois da pandemia, “que afectou todo mundo e só alguns poucos sectores não devem ter ressentido”, o músico Toty Sa´Med considera que os artistas estiveram na cauda desse comboio e infelizmente sofreram muitas consequências directas, mas defende a necessidade de se produzir mais, porque “felizmente as pessoas já podem sair à rua e ir a concertos que não conseguiram durante quase dois anos”.
Por essa razão, o cantor e multi-instrumentista considera que já não resta reclamar, tem que se produzir mais, reforçou, lembrando que escreveu o seu álbum durante a pandemia, querendo dizer que “não foram só coisas más”, ou seja, houve financeiramente um impacto muito grande, mas clareia que em termos criativos houve muito mais tempo, “mais espaço para criar e não estar tão preocupado em estar na estrada constantemente a produzir espectáculos, mas sim a produzir músicas novas para o público”.
Em entrevista ao ONgoma News, no final da conferência de imprensa de apresentação do Festival Caixa Fado 2023, uma promoção do Banco Caixa Geral Angola, evento a acontecer em Outubro próximo e do qual é rosto de cartaz, Toty, quem tem “Moxi” disponível desde o ano passado, reconhece ter um “defeito”, uma característica sua muito marcante de não lançar muitas coisas. Entretanto, acredita que este ano as coisas vão mudar muito. “Vou começar a lançar mais músicas que estavam guardadas”, garantiu.
Em relação ao álbum, partilhou que a recepção está a correr muito bem, tendo recordado que é um álbum que junta culturas que foi bebendo do mundo todo. “Fiz a cultura americana e a cultura brasileira, e com dois pés e as raízes bem assentes da nossa terra, da nossa cultura. Portanto, é esta simbiose também de ir buscar essas minhas influências internacionais”, explicou.
Ainda nesse diapasão, o também produtor musical reparou que as pessoas obviamente gostam muito do álbum porque sentem que o projecto “toca vários públicos, de várias idades”, e para ele é uma honra estar a apresentar o seu álbum e a divulgar aqui em Angola, pois “não existe nada que faça mais sentido do que apresentar o álbum à terra que o inspirou”.
Artista alternativo, a fonte revelou que se surpreende todos os dias com a recepção das pessoas, sendo que a sua música é às vezes considerada como sendo “um pouco difícil de se ouvir”, apesar de ser uma fama que não procede quando as pessoas têm contacto com ela, pois “percebem que na verdade as músicas são bastante simples, terra a terra”.
“E sinto que essa mudança tem a ver com o acesso que as pessoas têm, em função daquilo que tem sido mais divulgado. Tem a ver também com a necessidade de uma atitude minha de divulgar mais de forma agressiva. Nós vemos na era das redes sociais que nos é exigido uma certa agressividade em termos de comunicação. Eu sempre fui uma pessoa muito soft, então acredito que seja por isso que as pessoas agora estejam a descobrir e eu esteja a descobrir também fãs. Todos os dias descubro fãs. Às vezes vou a uma praça ou um mercado e de repente as pessoas gritam pelo meu nome, e eu nem tinha a noção”, contou.
A sua primeira aparição numa das edições do festival foi apenas como convidado da cantora Ana Moura, para ajudá-la a demonstrar o seu lado mais angolano, esclareceu Toty, que dessa vez almeja fazer o mesmo trajecto, porém de forma inversa, ou seja, “a partir de Angola olhar para o repertório português”.
É então essa simbiose, entre a ponte aérea de Portugal e Angola, entre Luanda e Lisboa, que pretende levar para o festival que, para além de si, junta nomes nacionais como Pérola, Selda e Bevy Jackson aos fadistas internacionais portugueses Camané, Cuca Roseta, Marco Rodrigues, Gisela João, Ricardo Ribeiro e Lenita Gentil, no Centro de Conferência de Belas, em Luanda.
*Com Georgina Ferreira