O artista plástico angolano Uólofe Griot regressou ao Espaço Luanda Arte (ELA), com o “AUorretraTO”, sua segunda e mais recente exposição individual, resultante de uma residência artística de 5 meses nesta mesma galeria de arte, depois da sua primeira investida de forma singular, em 2017, com o projecto “Ideia”, uma reflexão sobre desenvolvimento humano e transformação do mundo no curso da história.
Esta é uma exposição autobiográfica, onde Uólofe, para além de representar familiares e amigos, faz também uma representação do bairro da Coreia, onde nasceu, cresceu e vive até agora, e traz memórias da sua vida, desempenhando a sua função de griot, contador de histórias.
Fora a homenagem à zona, esta ainda é uma maneira que o mesmo escolheu de perpetuar o local de nascença, porque o bairro pode deixar de existir ou ele mesmo pode ir morar num outro lugar, disse.
A ideia para este conjunto de obras, inaugurado nesta última sexta-feira, surge quando o autor faz uma viagem à província do seu pai, Bengo, no município do Nambuangongo, sendo que no percurso da residência artística não lhe ocorria nada palpável ou grandes inspirações. O artista foi apenas fazendo pequenos trabalhos com silhuetas, usando linhas, mas não tinha ainda um fio condutor. Só quando viaja para o Bengo é que lhe surge algo mais linear.
Segundo contou, o “AUtorretraTO” foi um desafio colocado pelo Dominick, director do Espaço Luanda Arte. Pretendia-se que a exposição fosse apresentada no ano passado, mas o processo de criação foi demorado, e só no final da residência artística e que se alcançou o resultado final.
Outra curiosidade deste projecto é o facto de que um dos fios da exposição é o Akai Ito, a lenda asiática do “Fio vermelho do destino”, com origem na China, e de acordo com este mito, no momento do nascimento, os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos dos homens e mulheres que estão predestinados a ser “alma gémea”. Deste modo, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar, as duas pessoas que estiverem interligadas irão se encontrar.
Uólofe Griot revelou que se agarrou a esse conceito e tentou retratá-lo doutra forma, de modo que não se pense apenas num fio que conecte um rapaz a uma rapariga, mas que marque o destino de todo mundo, o que liga a humanidade, “todo tipo que afecto que temos um para o outro”, ideia que ganhou vida com tinta acrílica, linhas de costura e marcadores.
De resto, o artista quer aproveitar a exibição, olhar para alguns estilos mais específicos e tentar desenvolvê-los para criar novas representações, de modo que o projecto não se prenda apenas neste estilo, mas que tenha conteúdos mais abrangentes, que vão surgindo com algumas críticas de leigos e profissionais da arte.
“A intenção é tornar o projecto mais questionador e provocante”, afirmou.
O artista plástico angolano Uólofe Griot regressou ao Espaço Luanda Arte (ELA), com o “AUorretraTO”, sua segunda e mais recente exposição individual, resultante de uma residência artística de 5 meses nesta mesma galeria de arte, depois da sua primeira investida de forma singular, em 2017, com o projecto “Ideia”, uma reflexão sobre desenvolvimento humano e transformação do mundo no curso da história.
Esta é uma exposição autobiográfica, onde Uólofe, para além de representar familiares e amigos, faz também uma representação do bairro da Coreia, onde nasceu, cresceu e vive até agora, e traz memórias da sua vida, desempenhando a sua função de griot, contador de histórias.
Fora a homenagem à zona, esta ainda é uma maneira que o mesmo escolheu de perpetuar o local de nascença, porque o bairro pode deixar de existir ou ele mesmo pode ir morar num outro lugar, disse.
A ideia para este conjunto de obras, inaugurado nesta última sexta-feira, surge quando o autor faz uma viagem à província do seu pai, Bengo, no município do Nambuangongo, sendo que no percurso da residência artística não lhe ocorria nada palpável ou grandes inspirações. O artista foi apenas fazendo pequenos trabalhos com silhuetas, usando linhas, mas não tinha ainda um fio condutor. Só quando viaja para o Bengo é que lhe surge algo mais linear.
Segundo contou, o “AUtorretraTO” foi um desafio colocado pelo Dominick, director do Espaço Luanda Arte. Pretendia-se que a exposição fosse apresentada no ano passado, mas o processo de criação foi demorado, e só no final da residência artística e que se alcançou o resultado final.
Outra curiosidade deste projecto é o facto de que um dos fios da exposição é o Akai Ito, a lenda asiática do “Fio vermelho do destino”, com origem na China, e de acordo com este mito, no momento do nascimento, os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos dos homens e mulheres que estão predestinados a ser “alma gémea”. Deste modo, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar, as duas pessoas que estiverem interligadas irão se encontrar.
Uólofe Griot revelou que se agarrou a esse conceito e tentou retratá-lo doutra forma, de modo que não se pense apenas num fio que conecte um rapaz a uma rapariga, mas que marque o destino de todo mundo, o que liga a humanidade, “todo tipo que afecto que temos um para o outro”, ideia que ganhou vida com tinta acrílica, linhas de costura e marcadores.
De resto, o artista quer aproveitar a exibição, olhar para alguns estilos mais específicos e tentar desenvolvê-los para criar novas representações, de modo que o projecto não se prenda apenas neste estilo, mas que tenha conteúdos mais abrangentes, que vão surgindo com algumas críticas de leigos e profissionais da arte.
“A intenção é tornar o projecto mais questionador e provocante”, afirmou.