O filme “El Ultimo Pais (O Último País)”, uma viagem de regresso da documentarista cubana Gretel Marin, que volta à sua terra natal, partindo de Angola e passando pelo Brasil, na esperança de deparar-se com possíveis mudanças naquele país, foi exibido, essa quinta-feira, no auditório do Centro Cultural Brazil-Angola, evento que marcou a estreia da obra em Luanda.
A ideia para o documentário, que tem uma duração de 3h00, surge, segundo a realizadora, numa altura em que a mesma, após viver longe de Cuba durante algum tempo, sente a necessidade de regressar e filmar o que poderia haver de novo.
“As filmagens começaram em 2015, quando, então, comecei a questionar as pessoas sobre a nossa própria vida, o nosso sistema político e dilemas pessoais, porque o filme não é apenas sobre as mudanças em Cuba, mas um pouco também sobre nós cubanos e o momento que estamos a viver, pois há uma parte da nossa vida que ficou para trás, e nós, pelo menos os da minha geração, estamos preocupados em saber aonde vamos, o que levamos connosco e quais foram os ganhos da geração passada”, relatou a realizadora.
Por outro lado, Gretel Marin explicou que essa passagem serviu ainda para resgatar o patriotismo que lhe foi ensinado, através de uma conversa geracional estabelecida com os seus avós, os seus pais e pessoas da sua idade, durante as filmagens.
“Viver longe de Cuba não me parecia dramático até começar a entender que o país iria mudar e que não estaria lá para testemunhar isso. Sabia que precisávamos de abrir-nos ao mundo e de nos renovar, mas temia que com essa renovação também desaparecesse o melhor de um sistema cheio de contradições e utopias”, partilhou, pois, segundo acrescentou, esse retorno, com foco nas mudanças da ilha, provocou-lhe alguma estranheza e um afastamento inesperado, já que pretendia restituir o sentimento de pertença nesta viagem, que se mostrou dolorosa, e só terminou depois de fazer as pazes com a ilha, com as pessoas que lá vivem e ao reconciliar-se consigo mesma.
Gretel contou ainda, em entrevista ao ONgoma, que não houve muita dificuldade durante a realização do documentário, por ter estado nisso envolvida uma equipe muito pequena. “Era eu a gravar o som e a realizar, um câmera-man que fazia a direcção de fotografia e filmava, e uma assistente de produção. O mais cansativo foi tentar colher informação das pessoas e porque também andámos muito”, realçou.
Ao falar sobre o apoio que teve do grupo Geração 80 para a finalização da película, a cineasta referiu que este foi um dos primeiros que o filme teve, não só a nível de produção, mas também a nível espiritual. “Há uma coisa que nós temos em comum, que é a questão da identidade, porque no fundo fazemo-nos as mesmas perguntas sobre os nossos sistemas e outros assuntos”, afirmou.
Entretanto, concluiu que era muito importante para si mostrar o filme cá e compartilhar com os angolanos, porque uma parte do filme foi pensando sobre a realidade angolana, apesar de ser completamente sobre Cuba.
Após a exibição do filme, foi aberto um momento para perguntas e respostas, bem como declarações sobre aquilo que foi o impacto que o mesmo teve junto dos presentes.
Gretel Marin licenciou-se em Realização de Cinema pelo Instituto Superior de Arte de Havana e tem um mestrado em Realização de Documentários da Universidade de Paris VII Diderot.
O filme “El Ultimo Pais (O Último País)”, uma viagem de regresso da documentarista cubana Gretel Marin, que volta à sua terra natal, partindo de Angola e passando pelo Brasil, na esperança de deparar-se com possíveis mudanças naquele país, foi exibido, essa quinta-feira, no auditório do Centro Cultural Brazil-Angola, evento que marcou a estreia da obra em Luanda.
A ideia para o documentário, que tem uma duração de 3h00, surge, segundo a realizadora, numa altura em que a mesma, após viver longe de Cuba durante algum tempo, sente a necessidade de regressar e filmar o que poderia haver de novo.
“As filmagens começaram em 2015, quando, então, comecei a questionar as pessoas sobre a nossa própria vida, o nosso sistema político e dilemas pessoais, porque o filme não é apenas sobre as mudanças em Cuba, mas um pouco também sobre nós cubanos e o momento que estamos a viver, pois há uma parte da nossa vida que ficou para trás, e nós, pelo menos os da minha geração, estamos preocupados em saber aonde vamos, o que levamos connosco e quais foram os ganhos da geração passada”, relatou a realizadora.
Por outro lado, Gretel Marin explicou que essa passagem serviu ainda para resgatar o patriotismo que lhe foi ensinado, através de uma conversa geracional estabelecida com os seus avós, os seus pais e pessoas da sua idade, durante as filmagens.
“Viver longe de Cuba não me parecia dramático até começar a entender que o país iria mudar e que não estaria lá para testemunhar isso. Sabia que precisávamos de abrir-nos ao mundo e de nos renovar, mas temia que com essa renovação também desaparecesse o melhor de um sistema cheio de contradições e utopias”, partilhou, pois, segundo acrescentou, esse retorno, com foco nas mudanças da ilha, provocou-lhe alguma estranheza e um afastamento inesperado, já que pretendia restituir o sentimento de pertença nesta viagem, que se mostrou dolorosa, e só terminou depois de fazer as pazes com a ilha, com as pessoas que lá vivem e ao reconciliar-se consigo mesma.
Gretel contou ainda, em entrevista ao ONgoma, que não houve muita dificuldade durante a realização do documentário, por ter estado nisso envolvida uma equipe muito pequena. “Era eu a gravar o som e a realizar, um câmera-man que fazia a direcção de fotografia e filmava, e uma assistente de produção. O mais cansativo foi tentar colher informação das pessoas e porque também andámos muito”, realçou.
Ao falar sobre o apoio que teve do grupo Geração 80 para a finalização da película, a cineasta referiu que este foi um dos primeiros que o filme teve, não só a nível de produção, mas também a nível espiritual. “Há uma coisa que nós temos em comum, que é a questão da identidade, porque no fundo fazemo-nos as mesmas perguntas sobre os nossos sistemas e outros assuntos”, afirmou.
Entretanto, concluiu que era muito importante para si mostrar o filme cá e compartilhar com os angolanos, porque uma parte do filme foi pensando sobre a realidade angolana, apesar de ser completamente sobre Cuba.
Após a exibição do filme, foi aberto um momento para perguntas e respostas, bem como declarações sobre aquilo que foi o impacto que o mesmo teve junto dos presentes.
Gretel Marin licenciou-se em Realização de Cinema pelo Instituto Superior de Arte de Havana e tem um mestrado em Realização de Documentários da Universidade de Paris VII Diderot.