Biografia

Sara Tavares: A voz que cantou o sol e a saudade

Sara Tavares: A voz que cantou o sol e a saudade
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Sara Tavares nasceu em (1978–2023) deixou uma marca indelével na música portuguesa. Nascida e criada em Lisboa, de ascendência cabo-verdiana, construiu uma carreira que conjugou a herança africana com a tradição lusófona e referências contemporâneas, tornando-se uma das vozes mais reconhecíveis da cena nacional.

A projeção pública surgiu muito cedo: ainda adolescente venceu concursos televisivos e, em 1994, ganhou o Festival RTP da Canção com “Chamar a Música”, representando Portugal no Festival Eurovisão no mesmo ano, um marco que lançou a sua carreira profissional.

Ao longo das duas décadas seguintes, Sara escreveu e gravou álbuns que percorreram caminhos entre o soul, o folk e ritmos africanos. Entre os títulos centrais da sua discografia contam-se Sara Tavares & Shout! (1996), Mi Ma Bô (1999), Balancê (2005), Xinti (2009) e Fitxadu (2017). O seu segundo álbum, Mi Ma Bô, foi recebido com entusiasmo e salientou a sua capacidade de unir melodias pop a raízes africanas.

A sua música destacou-se pela simplicidade elegante: voz cálida, letras de intimidade e arranjos que privilegiam a organicidade sonora, guitarra, percussão e texturas vocais que evocam Cabo Verde de onde foi descendente tanto a Margem Sul lisboeta. Colaborações e participações diversas reforçaram a sua presença num leque alargado de audiências.

Nascida no Pragal, no concelho de Almada, Sara cresceu entre a fé, a música e as memórias de um lar cabo-verdiano. Venceu o programa Chuva de Estrelas com apenas 16 anos, interpretando Whitney Houston, e a partir daí revelou uma maturidade artística rara para a idade. Ao longo da vida, soube reinventar-se: do gospel ao soul, da língua portuguesa ao crioulo, sempre fiel a uma sensibilidade que fazia da voz um espelho da alma.

Em 2009, foi diagnosticada com um tumor cerebral, mas nunca abandonou a arte. Regressou mais forte com Fitxadu, nomeado para os Latin Grammy, um disco de maturidade e comunhão, onde a espiritualidade e o feminino dialogam com a ancestralidade africana.

Sara Tavares faleceu em novembro de 2023, aos 45 anos, em Lisboa. A notícia abalou Portugal, Cabo Verde e toda a lusofonia. A sua voz doce, luminosa, serena, continua a ecoar nas rádios, nas praças e nas memórias de quem a ouviu cantar.

Mais do que uma cantora, Sara foi um elo entre continentes, uma harmonia viva entre o sol e a saudade. A sua música permanece como um dos sinais mais claros da pluralidade cultural que informa a alma portuguesa contemporânea.

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Veloso de Almeida

Repórter

Veloso estudou Comunicação Social no Instituto Superior Técnico de Angola (ISTA) e estagia como jornalista no portal ONgoma News.

Sara Tavares nasceu em (1978–2023) deixou uma marca indelével na música portuguesa. Nascida e criada em Lisboa, de ascendência cabo-verdiana, construiu uma carreira que conjugou a herança africana com a tradição lusófona e referências contemporâneas, tornando-se uma das vozes mais reconhecíveis da cena nacional.

A projeção pública surgiu muito cedo: ainda adolescente venceu concursos televisivos e, em 1994, ganhou o Festival RTP da Canção com “Chamar a Música”, representando Portugal no Festival Eurovisão no mesmo ano, um marco que lançou a sua carreira profissional.

Ao longo das duas décadas seguintes, Sara escreveu e gravou álbuns que percorreram caminhos entre o soul, o folk e ritmos africanos. Entre os títulos centrais da sua discografia contam-se Sara Tavares & Shout! (1996), Mi Ma Bô (1999), Balancê (2005), Xinti (2009) e Fitxadu (2017). O seu segundo álbum, Mi Ma Bô, foi recebido com entusiasmo e salientou a sua capacidade de unir melodias pop a raízes africanas.

A sua música destacou-se pela simplicidade elegante: voz cálida, letras de intimidade e arranjos que privilegiam a organicidade sonora, guitarra, percussão e texturas vocais que evocam Cabo Verde de onde foi descendente tanto a Margem Sul lisboeta. Colaborações e participações diversas reforçaram a sua presença num leque alargado de audiências.

Nascida no Pragal, no concelho de Almada, Sara cresceu entre a fé, a música e as memórias de um lar cabo-verdiano. Venceu o programa Chuva de Estrelas com apenas 16 anos, interpretando Whitney Houston, e a partir daí revelou uma maturidade artística rara para a idade. Ao longo da vida, soube reinventar-se: do gospel ao soul, da língua portuguesa ao crioulo, sempre fiel a uma sensibilidade que fazia da voz um espelho da alma.

Em 2009, foi diagnosticada com um tumor cerebral, mas nunca abandonou a arte. Regressou mais forte com Fitxadu, nomeado para os Latin Grammy, um disco de maturidade e comunhão, onde a espiritualidade e o feminino dialogam com a ancestralidade africana.

Sara Tavares faleceu em novembro de 2023, aos 45 anos, em Lisboa. A notícia abalou Portugal, Cabo Verde e toda a lusofonia. A sua voz doce, luminosa, serena, continua a ecoar nas rádios, nas praças e nas memórias de quem a ouviu cantar.

Mais do que uma cantora, Sara foi um elo entre continentes, uma harmonia viva entre o sol e a saudade. A sua música permanece como um dos sinais mais claros da pluralidade cultural que informa a alma portuguesa contemporânea.

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